A Educação em Portugal deve
estar lindamente! A grande preocupação do Partido Socialista para o setor da
Educação, neste momento, é a distribuição gratuita de preservativos aos alunos
do ensino secundário, conjugada com a efetiva implementação dos gabinetes de
informação, relativos à educação sexual.
Há problemas no 1.º ciclo? Há
turmas mistas por todo o lado, apesar de serem pedagogicamente
desaconselháveis? A Educação Especial vive na ilegalidade e os alunos com necessidades
educativas especiais estão longe de ter o apoio devido? As faculdades e os
institutos politécnicos sobrevivem com um financiamento deficitário? Isso não
interessa nada! Um dia resolve-se por si; o que interessa é distribuir
preservativos pelos alunos com mais de 15 anos, porque esta é a maneira mais
eficaz de resolver o problema da Educação Sexual.
Santo Deus, esta gente não se
olha ao espelho? Não tem noção do ridículo? Acha que os cidadãos em geral, e as
pessoas diretamente envolvidas no setor da Educação não percebem quanto isto
revela impreparação técnica, insensatez política, falta de ideias, meios e
coragem para atacar, pelo menos um, dos problemas prioritários?
Claro que falar de
preservativos garante fogo-de-artifício mediático, entretém o público,
descentra a discussão política do essencial que há para fazer em Educação, que
é muito.
Isto que não quer dizer que a
Educação Sexual não seja uma matéria importante, onde ainda há muito por fazer,
mas para tal o Ministério tem um problema ético/moral para resolver primeiro: até onde
pode ir a Educação Sexual e a partir de que idade? Convém não iludir a questão da
mentalidade: uma grande parte dos pais e encarregados de educação não estão
disponíveis para que a Escola vá além do livro de Ciências ou da visão moral do
pensamento católico. Também é por causa disto que a Educação Sexual não avança
nas escolas portuguesas.
O grupo parlamentar do PS diz
que a Educação Sexual comporta uma “dimensão afetiva, sentimental, pessoal e
social que o professor devia estar habilitado a abordar”. Mas de que professor
estamos a falar? Do professor de Ciências? Do professor de moral? O PS sabe bem
que os profissionais que melhor poderiam desempenhar este papel seriam os
psicólogos, mas foge à questão, porque isso custa um bom dinheiro. Há anos que
esta classe profissional faz imensa falta na escola pública portuguesa, sendo
só chamada para preencher relatórios atrás de relatórios, já que cada psicólogo
tem a seu cargo dois mil, três mil alunos.
Se o PS quer fazer alguma
coisa pela Educação Sexual, guarde o dinheiro que quer investir em
preservativos, junte-lhe alguns milhões e recomende ao governo que quadruplique
o número de psicólogos nas escolas. Se pelo menos um ficasse com o gabinete de
apoio/informação à Educação Sexual dos alunos era um grande avanço.
Gabriel Vilas Boas
Se era!
ResponderEliminarPsicólogos, antropólogos, sociólogos, por aí!
ResponderEliminar