Certo dia, depois de um jogo bem conseguido do argentino
Pablo Aimar, um jornalista perguntou-lhe se aquele era o verdadeiro Pablo Aimar, ao que o
futebolista respondeu: “O verdadeiro Pablo Aimar é aquele que joga bem e aquele
que joga mal!”
Mais do que uma arrogância, é uma tontaria acharmos que
estamos sempre certos. Não é verdade, é desgastante e retira-nos credibilidade.
Estar errado não tem de ser uma ideia insuportável, uma
desqualificação pessoal imperdoável, uma manifestação de fraqueza. Estar certo
e estar errado faz parte da vida.
Claro que custa imenso ao ego admitir que se
está errado, mas é bem pior deixar de ter a noção clara do que é correto e
incorreto apenas por orgulho; é péssimo os outros olharem-nos como alguém
inflexível, orgulhoso(a); é muito mau deixar de viver momentos saborosos apenas
porque não podemos “perder a face”. A face está mais do que perdida!
Muitas vezes destroem-se amizades, relacionamentos
amorosos, porque achamos que temos de ter sempre razão. Essa obsessão não nos
torna objeto de admiração mas apenas seres irritantes. As relações
interpessoais não são um jogo, em que temos de estar sempre por cima, sempre a
ganhar. As relações interpessoais constroem-se na diversidade de que somos
feitos, na assunção dos bons e maus momentos, na justa avaliação da tomada de
posição dos outros.
Aquele que tem sempre a necessidade de estar certo é uma
pessoa muito insegura. A confiança nas nossas capacidades e razões conquista-se
principalmente em momentos menos fulgurantes. Devemos sentir os golos que os
outros nos marcam como algo que faz parte da vida e nos ajudará a crescer.
Reconhecer a razão alheia, a excelência de uma ideia do
outro, o sentido de oportunidade de uma observação do parceiro é uma prova de
inteligência e de maturidade e um passo decisivo para a nossa felicidade.
gavb
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