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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

NÃO TEMOS DE ESTAR SEMPRE CERTOS


Certo dia, depois de um jogo bem conseguido do argentino Pablo Aimar, um jornalista perguntou-lhe se aquele era o verdadeiro Pablo Aimar, ao que o futebolista respondeu: “O verdadeiro Pablo Aimar é aquele que joga bem e aquele que joga mal!”
Mais do que uma arrogância, é uma tontaria acharmos que estamos sempre certos. Não é verdade, é desgastante e retira-nos credibilidade.
Estar errado não tem de ser uma ideia insuportável, uma desqualificação pessoal imperdoável, uma manifestação de fraqueza. Estar certo e estar errado faz parte da vida. 

Claro que custa imenso ao ego admitir que se está errado, mas é bem pior deixar de ter a noção clara do que é correto e incorreto apenas por orgulho; é péssimo os outros olharem-nos como alguém inflexível, orgulhoso(a); é muito mau deixar de viver momentos saborosos apenas porque não podemos “perder a face”. A face está mais do que perdida!
Muitas vezes destroem-se amizades, relacionamentos amorosos, porque achamos que temos de ter sempre razão. Essa obsessão não nos torna objeto de admiração mas apenas seres irritantes. As relações interpessoais não são um jogo, em que temos de estar sempre por cima, sempre a ganhar. As relações interpessoais constroem-se na diversidade de que somos feitos, na assunção dos bons e maus momentos, na justa avaliação da tomada de posição dos outros.
Aquele que tem sempre a necessidade de estar certo é uma pessoa muito insegura. A confiança nas nossas capacidades e razões conquista-se principalmente em momentos menos fulgurantes. Devemos sentir os golos que os outros nos marcam como algo que faz parte da vida e nos ajudará a crescer.
Reconhecer a razão alheia, a excelência de uma ideia do outro, o sentido de oportunidade de uma observação do parceiro é uma prova de inteligência e de maturidade e um passo decisivo para a nossa felicidade.

gavb

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