É das coisas mais lamentáveis e infelizes da vida! E ainda
que a as expectativas sejam dos outros, a culpa é nossa.
Viver segundo as expectativas dos outros não é coisa do
passado, sobretudo a nível profissional. Ainda que não o digam, explicitamente, muitos pais pressionam sub-repticiamente os filhos a fazer determinadas
escolhas académicas, que eles, por si mesmos, não fariam.
É condicionamento indireto, mas perfeitamente percetível e
surge quando os filhos começam a frequentar o ensino secundário. A pressão das
boas notas não tem, em muitos casos, como objetivo principal proporcionar aos
filhos a realização dos seus sonhos profissionais ou pessoais, mas apenas o
acesso a um curso superior que garanta a combinação perfeita entre elevado
estatuto social e riqueza.
Tal como no passado também hoje é muito difícil contrariar
e defraudar a vontade dos pais, porque, afinal, são eles que pagam a conta e
são eles as pessoas que mais gostamos. A isto acresce outro problema: fruto da
superproteção dos pais, a maioria dos jovens chega à altura das primeiras
decisões da sua vida sem nunca ter decidido nada de relevante quanto mais ter
afrontado as expectativas de alguém tão influente como o pai e/ou mãe.
É mais fácil fazer de conta e aceitar uma decisão que “até
é para nosso bem”, que “nos fará ricos, importantes e bem-sucedidos”, no
entanto, acaba quase sempre por constituir a nossa primeira (e por vezes
decisiva) derrota.
Se os nossos sonhos passarem bem ao lado da estrada
escolhida pelos outros, haveremos de contabilizar, no futuro, as perdas: tempo,
realização, felicidade.
Viver sob as expectativas dos outros não depende dos
outros, mas depende da coragem de cada um, da noção clara do que se quer para a vida, de encontrar formas e meios para concretizarmos objetivos com o
mínimo de ajudas.
Convém ainda lembrar que para não se viver segundo as
expectativas dos outros é preciso… ter expectativas próprias!
Afinal, qual é o tamanho e a força do teu sonho?
gavb
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