A antiga Heian, hoje Quioto, foi a
residência da corte real nipónica durante onze séculos (794 a 1868). Foi aí
que, por volta do ano 1000, Murasaki Shikibu, dama de honor da corte, escreveu
uma das mais belas obras da literatura japonesa e mundial – Ditos de Genji.
Trata-se de uma crónica da vida da
corte, célebre pela fina psicologia dos retratos, que tornaram Shikibu a primeira romancista da história.
Quioto foi um local com uma vida refinada
e fulgor artístico, mesmo durante os anos de instabilidade política.
O
Pavilhão do Ouro, construído no final do século XIV (1397), pelo xógun (uma
espécie de primeiro-ministro e líder militar) Ashikaga Yoshimitsu comprova-o.
Após a morte do xógun, o pavilhão foi
transformado em templo budista. Este templo, com mais de seis séculos de
existência, possui uma enorme beleza arquitectónica, que acabou por ser
reconhecida pela Unesco ao torná-lo património da humanidade.
Este belíssimo edifício foi construído
segundo o estilo shoin com tatamis, paredes e divisórias móveis que
foram reproduzidas em vários edifícios.
O Pavilhão (templo) do Ouro é composto
por três andares de diferentes estilos, mas que se articulam magnificamente, formando
um todo harmonioso.
O andar térreo tem uma estrutura em
madeira e gesso, contrastando com os andares superiores. O segundo andar exibe
uma fachada em estilo Bukke, típica dos castelos samurais e o terceiro andar
inspira-se no salão chinês. No topo do templo é possível observar uma fénix em
ouro.
Infelizmente, os visitantes não podem visitar o templo, mas podem-no observar com toda a minúcia e
atenção do exterior e vislumbrar, através da varanda do primeiro andar, as
estátuas budistas que existem no seu interior.
A fineza e subtileza da arte japonesa influenciaram bastante o mundo ocidental, especialmente no final do século XIX, com o
surgimento da Arte Nova e depois da Art Déco, cuja estética se inspira
na peculiar maneira de observar a arte pelos nipónicos.
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