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terça-feira, 20 de setembro de 2016

O TEMPLO DE OURO, em Quioto

A antiga Heian, hoje Quioto, foi a residência da corte real nipónica durante onze séculos (794 a 1868). Foi aí que, por volta do ano 1000, Murasaki Shikibu, dama de honor da corte, escreveu uma das mais belas obras da literatura japonesa e mundial – Ditos de Genji.
Trata-se de uma crónica da vida da corte, célebre pela fina psicologia dos retratos, que tornaram Shikibu a primeira romancista da história.

Quioto foi um local com uma vida refinada e fulgor artístico, mesmo durante os anos de instabilidade política.
 O Pavilhão do Ouro, construído no final do século XIV (1397), pelo xógun (uma espécie de primeiro-ministro e líder militar) Ashikaga Yoshimitsu comprova-o.


Após a morte do xógun, o pavilhão foi transformado em templo budista. Este templo, com mais de seis séculos de existência, possui uma enorme beleza arquitectónica, que acabou por ser reconhecida pela Unesco ao torná-lo património da humanidade.
Este belíssimo edifício foi construído segundo o estilo shoin com tatamis, paredes e divisórias móveis que foram reproduzidas em vários edifícios.
O Pavilhão (templo) do Ouro é composto por três andares de diferentes estilos, mas que se articulam magnificamente, formando um todo harmonioso.
O andar térreo tem uma estrutura em madeira e gesso, contrastando com os andares superiores. O segundo andar exibe uma fachada em estilo Bukke, típica dos castelos samurais e o terceiro andar inspira-se no salão chinês. No topo do templo é possível observar uma fénix em ouro.
Infelizmente, os visitantes não podem visitar o templo, mas podem-no observar com toda a minúcia e atenção do exterior e vislumbrar, através da varanda do primeiro andar, as estátuas budistas que existem no seu interior.

A fineza e subtileza da arte japonesa influenciaram bastante o mundo ocidental, especialmente no final do século XIX, com o surgimento da Arte Nova e depois da Art Déco, cuja estética se inspira na peculiar maneira de observar a arte pelos nipónicos. 

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