Etiquetas

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

ENCERRADO À SEGUNDA-FEIRA




Se um turista aterra em Portugal num domingo à tarde e começa a consultar a oferta cultural de Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Guimarães, Évora ou Funchal rapidamente depara com um problema: praticamente todos os museus, casas de arte, palácios, castelos, estão encerrados. Da cidade mais pequena à mais importante é raro encontrarmos um espaço cultural aberto.


Não importa que estejamos em Agosto, Julho ou Junho, na pausa letiva do Natal, da Páscoa ou Carnaval – a segunda-feira é sagrada. Os anos passam, os turistas deixam o seu reparo, as agências de viagens fazem notar o seu desagrado, mas a prática continua.
Ora esta situação é lamentável, incompreensível e nefasta para o turismo, que tem um impacto cada vez maior na economia nacional. Um país que pretende aumentar todos os anos o número de turistas não pode estar culturalmente fechado à segunda-feira. A oferta cultural de uma cidade é peça fundamental do “negócio turismo” e este não pode estar à mercê de uma tradição que não faz sentido nos tempos que correm. Os museus, os palácios, os castelos têm de estar abertos 12 horas por dia, todos os dias por ano, pelos menos nos monumentos que assim o justificam e são já dezenas.


Como podemos ter os Jerónimos encerrados à segunda-feira com milhares de pessoas em Belém para o ver? E se a isto juntarmos que a Torre de Belém também está fechada, que o Palácio da Ajuda idem aspas, que todos os museus da capital fecham à segunda e o mesmo acontece com os de Cascais, temos um quadro desesperante para quem procura o nosso país, por poucos dias, e tem o azar de passar uma segunda-feira a bater com nariz na porta. Quando chegarem aos seus países é esta informação negativa que passarão e na hora de outros escolherem, este fator funcionará contra Portugal.
Dir-me-ão que noutras capitais europeias acontece o mesmo. É verdade, mas um país que quer passar da 2.ª para a 1.ª divisão do turismo europeu tem de se esforçar mais do que outros, tem de oferecer mais e melhor e não se pode dar a estes luxos.
É preciso estar aberto todos os dias da semana, especialmente nos períodos turísticos do ano, o que coincidem com as férias escolares. 
Isto, obviamente, não implica perda de direitos laborais por parte dos trabalhadores dos museus, palácios ou castelos. As verbas que estes captam nestes períodos altos de visitantes são suficientes para pagar o aumento de pessoal.

Gabriel Vilas Boas 

1 comentário:

  1. Plenamente de acordo com as suas considerações .Urge mudar esta situação ,para bem de todos .

    ResponderEliminar