Se um turista aterra em Portugal num domingo à tarde e
começa a consultar a oferta cultural de Lisboa, Porto, Coimbra, Braga,
Guimarães, Évora ou Funchal rapidamente depara com um problema: praticamente
todos os museus, casas de arte, palácios, castelos, estão encerrados. Da cidade
mais pequena à mais importante é raro encontrarmos um espaço cultural aberto.
Não importa que estejamos em Agosto, Julho ou Junho, na
pausa letiva do Natal, da Páscoa ou Carnaval – a segunda-feira é sagrada. Os
anos passam, os turistas deixam o seu reparo, as agências de viagens fazem
notar o seu desagrado, mas a prática continua.
Ora esta situação é lamentável, incompreensível e nefasta
para o turismo, que tem um impacto cada vez maior na economia nacional. Um país
que pretende aumentar todos os anos o número de turistas não pode estar
culturalmente fechado à segunda-feira. A oferta cultural de uma cidade é peça
fundamental do “negócio turismo” e este não pode estar à mercê de uma tradição
que não faz sentido nos tempos que correm. Os museus, os palácios, os castelos
têm de estar abertos 12 horas por dia, todos os dias por ano, pelos menos nos
monumentos que assim o justificam e são já dezenas.
Como podemos ter os Jerónimos encerrados à segunda-feira
com milhares de pessoas em Belém para o ver? E se a isto juntarmos que a Torre
de Belém também está fechada, que o Palácio da Ajuda idem aspas, que todos os
museus da capital fecham à segunda e o mesmo acontece com os de Cascais, temos
um quadro desesperante para quem procura o nosso país, por poucos dias, e tem o
azar de passar uma segunda-feira a bater com nariz na porta. Quando chegarem
aos seus países é esta informação negativa que passarão e na hora de outros
escolherem, este fator funcionará contra Portugal.
Dir-me-ão que noutras capitais europeias acontece o mesmo.
É verdade, mas um país que quer passar da 2.ª para a 1.ª divisão do turismo
europeu tem de se esforçar mais do que outros, tem de oferecer mais e melhor e não
se pode dar a estes luxos.
É preciso estar aberto todos os dias da semana,
especialmente nos períodos turísticos do ano, o que coincidem com as férias
escolares.
Isto, obviamente, não implica perda de direitos laborais por parte
dos trabalhadores dos museus, palácios ou castelos. As verbas que estes captam
nestes períodos altos de visitantes são suficientes para pagar o aumento de
pessoal.
Gabriel Vilas Boas
Plenamente de acordo com as suas considerações .Urge mudar esta situação ,para bem de todos .
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