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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O INSULTO



Aumentar as pensões de um idoso em menos de 50 cêntimos não é um aumento, não é um ato de caridade, é um gozo, um insulto a todos aqueles que recebem reformas tão baixas que os medicamentos receitados pelo médico ficam na farmácia e as refeições tomam-nas pela metade.
Segundo notícias de hoje, o governo prepara-se para aumentar os pensionistas portugueses entre 0,41 cêntimos e 2,45 euros, o que corresponde a um aumento de 0,4% nas reformas até 628 euros, porque as outras não terão aumento nenhum.

Há alguns meses o PCP e o BE diziam, com razão, que os mais desfavorecidos não precisavam da caridadezinha do governo de direita, que perdoava milhões aos banqueiros e oferecia esmolas aos mais pobres. Ora 40 cêntimos não é uma esmola, mas é suficientemente pérfido para ferir a dignidade de quem recebe tal aumento. 
Que dirá Jerónimo de Sousa a uma idosa que o confronte com tal afronta? Que dirá Catarina Martins quando lhe pedirem para comparar o aumento das pensões com a injeção de capital da CGD?
“Ser forte com os fracos e fraco com os fortes” era a costumeira acusação do BE e PCP aos governos de centro-direita e todos lhe reconheciam razão, mas este silêncio cúmplice, esta aceitação tácita de um insulto evitável é pior.

Um governo não pode enviar um cheque de 40 cêntimos numa carta que custa 60 cêntimos, porque estamos a falar de pessoas e não de robots. Lidamos com emoções, com sentimentos, com valores éticos e não com um número qualquer. 

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