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quarta-feira, 6 de abril de 2016

E SE FOSSE EU? FAZER A MOCHILA E PARTIR!




Este foi o lema que mexeu com as escolas portugueses durante o dia de hoje. Os alunos do ensino básico e secundário foram convidados pela plataforma de Apoio aos Refugiados, Conselho Nacional de Juventude, Direção Geral da Educação e Alto Comissariado para as Migrações a refletir sobre a situação humanitária que mais preocupa o mundo: o problema dos refugiados.
Tentando pôr-se na pele de um sírio ou líbio, os jovens portugueses foram confrontados com um exercício simples: se, de um momento para o outro tivessem de partir para fugir à guerra e apenas pudesse levar uma mochila consigo, o que colocariam nela?

Fiz este exercício com os meus alunos, durante a manhã de hoje. Cerca de metade deles aderiram plenamente à ideia e fizeram a sua mochila, partilhando com os colegas as suas escolhas. Muita preocupação com a higiene básica, os medicamentos básicos, dinheiro, identificação, alguma roupa. Poucos pensaram no telemóvel, nenhum levava um livro, mas houve uma aluna que me comoveu com a sua escolha: colocou na mochila uma grande fotografia da família. Quando lhe perguntei qual a primeira coisa em que pensou, ela respondeu: “na fotografia, porque passaria por momentos difíceis e nesses momentos queria ter junto de mim a imagem daqueles que amo para me confortar e ganhar ânimo.”
Houve também quem referisse que levaria uma pistola e uma navalha, heranças familiares, porque achava muito importante defender-se de possíveis ataques. Apesar desta insólita escolha, eu fiquei parado na foto que a aluna escolheu antes de tudo o mais. 
Claro que há circunstâncias poderosas que nos podem derrotar, mas continuo a crer que muitas das mais saborosas vitórias começam dentro de nós, no ânimo e determinação com que encaramos a adversidade. E essa força só pode vir de quem nos ama, ainda que em forma de fotografia.
GAVB




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