A par do Teatro e da Música, a Dança é uma das três artes cénicas da antiguidade e comemora hoje o seu Dia Mundial.
Já no Antigo Egipto ou na Grécia,
encontramos diversas formas de utilização do corpo quer através de movimentos
previamente definidos (coreografias), quer através de movimentos improvisados
na própria altura (dança livre), integradas nos mais diversos espetáculos.
No entanto, já na Pré-história o Homem
apresentava manifestações que se poderiam considerar como Dança, uma vez que
efetuava batimentos com os pés no chão. Com o passar dos tempos descobriu que
poderia passar a utilizar outro tipo de percussões corporais, tais como as
palmas. A Dança que por esta altura servia como uma forma de comunicar com uma
Divindade que o Homem não entendia muito bem, mas que estava bem presente na
sua vida, rapidamente deixou de ter apenas esse papel de “meio de comunicação”,
para ter também uma componente lúdica.
O Ballet é um tipo de dança que possui uma
forma altamente técnica e um vocabulário próprio. É um género de dança muito
difícil de dominar e que requer muita prática. Ele é ensinado em escolas
próprias em todo o mundo, servindo a sua técnica como a base fundamental para
todos os tipos de dança.
Conforme foi anteriormente referido, o
Ballet surgiu no século XV (durante a Renascença) nas cortes italianas, embora
o seu desenvolvimento tenha sido maior nas cortes francesas, no século XVII,
durante o reinado de Luís XIV, facto que se refletiu diretamente no vocabulário
que ainda hoje é utilizado no Ballet – os nomes dos passos são em francês.
Apesar das grandes reformas de Noverre no século XVIII, o Ballet entrou em declínio
na França depois de 1830, continuando no entanto a ser aperfeiçoado na Dinamarca,
Itália e Rússia.
Às vésperas da Primeira Guerra Mundial
este gênero de dança foi reintroduzido na Europa Ocidental por uma companhia
russa – os Ballets Russes de Sergei Diaghilev, que veio a ser influente em todo
o mundo. A companhia de Diaghilev rapidamente se tornou no destino de muitos
dos bailarinos russos treinados que fugiam da fome e da agitação que se seguiu
à revolução bolchevique. Estes bailarinos trouxeram muitas das inovações
coreográficas e estilísticas que tinha florescido com os czares, de volta ao
seu lugar de origem.
No século XX, o Ballet continuou a
desenvolver-se e teve uma forte influência sobre a chamada dança de concerto.
Por exemplo, nos Estados Unidos, o coreógrafo George Balanchine desenvolveu o
que hoje é conhecido como Ballet Neoclássico. Os desenvolvimentos posteriores
mais conhecidos incluem o chamado Ballet Contemporâneo (entre outros), visto no
trabalho de coreógrafos como William Forsythe ou Pina Bausch, apenas para citar
alguns.
O Ballet Clássico é o mais metódico dentre
todos os estilos de dança e também é o que mais adere às técnicas de dança
tradicionais. Existem algumas variações em relação à área de origem deste género,
entre elas, o Ballet russo, francês, italiano e dinamarquês.
Os estilos mais conhecidos de Ballet são o
método russo, o método italiano, o método dinamarquês, o método Balanchine ou
método New York City Ballet e os métodos Royal Academy of Dance e Royal Ballet
School, derivados do método Cecchetti.
As primeiras sapatilhas de Ballet tinham
as pontas terrivelmente pesadas para permitir que a bailarina ficasse na ponta
dos pés facilmente e aparentasse leveza. Mais tarde ela foi convertida na atual
constituição, onde uma “caixa” abriga a ponta dos pés da bailarina e lhe dá
suporte para manter o equilíbrio.
O Ballet Contemporâneo é uma forma de
dança influenciada pelo Ballet Clássico e pela dança moderna. Utiliza a técnica
e o trabalho nas pontas dos pés vindos do Ballet Clássico, muito embora se
permita uma maior amplitude de movimentos que não são comuns nas escolas
tradicionais de Ballet. Muitos de seus conceitos vêm de ideias e inovações
ocorridas na dança moderna do século XX.
Seja como for, dançar seja qual for o
estilo – e hoje em dia há-os para todos os gostos – é algo que faz bem ao corpo
e à mente. De forma profissional, de forma lúdica, seja rigoroso naquilo que
faz e exigente consigo próprio. Procure profissionais devidamente habilitados
para o efeito porque, como em muitas áreas da sociedade atual, o que mais não
falta são “artistas habilidosos” que se fazem passar por professores altamente
competentes e que mais não fazem do que vender “gato por lebre”.
Por isso, aceite novamente o meu conselho,
e hoje em particular – dance!!!
Paulo Santos Silva
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