A obra de Amadeo
Souza-Cardoso merece ser conhecida, compreendida, admirada. Infelizmente, pouca
gente fora do mundo da pintura conhece este ilustre amarantino que há cento e
dez chegou a Paris para se tornar num dos maiores símbolos do Modernismo português,
interpretando com virtuosismo as vanguardas do início do século XX.
«A nós, a nova geração, só a originalidade interessa.
Impressionista? Cubista? Futurista? Abstracionista? De tudo um pouco!» - Amadeo
Souza-Cardoso.
Hoje, na cidade
de Amarante, no museu que tem o seu nome, o luso-descendente Christophe Fonseca
apresenta o filme Amadeo
Souza-Cardozo – O último Segredo Da Arte Moderna, um documentário que a RTP
passará no dia 20 de Abril, que procura mostrar aos portugueses - e não só -
quanto revolucionário, talentoso e moderno foi Amadeo.
Christophe Fonseca acha
inaceitável que ninguém conheça Amadeo fora de Portugal. Eu acho que nem em
Portugal o conhecem bem. Urge divulgar a sua obra, a sua originalidade, a sua
modernidade que nunca esqueceu as raízes, tão evidentes nas paisagens
portuguesas dos seus quadros.
Amadeo chegou a Paris um dia
antes de fazer dezanove anos e por lá conheceu a vanguarda da pintura e do
movimento cultural europeus do início do século XX. Chegou apenas com o seu
talento, o seu entusiasmo, a sua mentalidade desempoeirada que rapidamente
percebeu que só em Paris conseguiria fazer respirar o seu talento de pintor.
Por isso ele sentiu como ninguém a opressão que significou ter que sair da
Cidade Luz, por causa da Primeira Grande Guerra Mundial, e regressar ao campos
incógnitos de Manhufe, onde pintaria até morrer, em consequência da mortífera gripe
espanhola, quando tinha apenas trinta anos de vida.
O lugar de
Amadeo Souza-Cardoso é o Grand Palais, onde só entram grandes nomes, como
Picasso ou Velasquez, cujas exposições antecederam a do pintor amarantino.
Amadeo é motivo de orgulho para Portugal, para Amarante e para a pintura
portuguesa, por isso é importante que a Gulbenkian perceba que esta exposição
não pode ficar só em Paris. Tem que passar uns meses em Portugal, com paragem
obrigatória em Amarante e no Museu Amadeo Souza-Cardoso. Seria de todo
incompreensível se assim não fosse…
Gabriel Vilas Boas
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