Leonardo Da Vinci sonhou descobrir o funcionamento da maravilhosa máquina humana. De que matéria seria feita a mais espetacular e apaixonante máquina do mundo: o corpo humano? Ossos, músculos, articulações, tendões e carne conjugaram-se de uma maneira perfeita e única num corpo capaz de expressar sentimentos intensos, ideias inovadoras, ações desenvoltas e graciosas.
Na Cordoaria Nacional, a poucos metros da zona de Belém, em Lisboa, e com o Tejo como tela, a Exposição Real Bobies revela-nos os segredos de que somos feitos, em tamanho real e ao natural. Mais de 100 mil pessoas já visitaram esta exposição que fechará as portas daqui a uma semana, a 10 de abril.
Apesar de demorar mais de hora e meia a visitar, a Real Bodies não cansa. O audioguia foi pensado para adultos e crianças e evita que nos cansemos a ler as extensas explicações que acompanham as diversas partes do corpo humano, apresentadas em tamanho real para uma análise pormenorizada da sua importância e funcionalidade. A explicação não maça e refere sempre alguns dados curiosos que nos fazem refletir, aprender e, por vezes, sorrir sobre algumas “peças” e “mecanismos” que fazem parte do nosso corpo.
Visitei a exposição ontem de manhã e lá aprendi imenso sobre a nossa estrutura óssea, recordei conceitos esquecidos sobre alguns órgãos, voltei a fascinar-me (e a arrepiar-me) com o prodigioso mundo dos tendões, músculos e articulações, descobri elementos fundamentais sobre a pele. No entanto, aquilo que mais me impressionou foi a sala dos embriões/fetos humanos, onde havia exemplares desde as 14 às 26 semanas.
O tamanho, a nítida e rápida formação dos órgãos, “aquele pormenor” do fechamento do crânio ao longo da gestação foram algumas das imagens que retive e que me deixaram largos minutos a pensar quão magnífica é a capacidade que temos de gerar vida, mas também como daqueles minúsculos seres se criam génios da arte ou seres absolutamente grotescos.
Apesar de termos as mesmas peças, acabamos por ser sempre exemplares únicos da espécie humana, porque não conseguimos fugir às circunstâncias do tempo em que vivemos nem ao poder dos sentimentos e das ideias.
Gabriel Vilas Boas
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