Escrita entre 1605 e 1606, esta tragédia,
esta tragédia só foi publicada muitos anos mais tarde, por volta de 1623. Para
escrevê-la, Shakespeare inspirou-se na “Crónica da História da Escócia” de
Raphael Holinsted, na qual a figura principal, Lady Macbeth, embora mencionada
só tem uma fala.
Enquanto Shakespeare escrevia Macbeth,
Londres estava cheia de escoceses que tinham vindo para assistir à festa da
coroação de Jaime I, e isso permitiu ao poeta ouvir, dos mais cultos
forasteiros, pormenores interessantes da história da Escócia.
Os temas da tragédia são a ambição do
poder e a culpa.
A tragédia conta a história de Macbeth,
general escocês, que volta de uma batalha onde lutou valorosamente em defesa do
seu rei (o seu primo Duncan) e consegue uma importante vitória. De regresso ao
seu país, Macbeth tem um premonitório encontro com três feiticeiras que que lhe
predizem que será rei. Para facilitar o cumprimento da profecia e instigado
pela sua mulher, Macbeth aproveita-se de o rei Duncan ser seu hóspede e
apunhala-o, durante a noite, culpando do assassínio os guardas aos quais também mata, fingindo uma grande indignação.
Assustados, os filhos de Duncan fogem para
Inglaterra, o que torna ainda mais fácil a realização das ambições de Macbeth.
Já rei da Escócia, Macbeth tudo faz para
assegurar a posse do trono e procura exterminar Banko, pois as feiticeiras
haviam profetizado a Banko que ele seria a origem de uma dinastia de reis.
Sicários a soldo de Macbeth matam de facto
Banko, mas o filho deste consegue escapar da morte. Na mesma noite em que é
cometido o crime, Macbeth oferece um banquete, durante o qual o lugar do rei é
ocupado pela sombra de Banko. Apavorado, o criminoso – que é o único a ver a
sombra – pronuncia palavras que quase denunciam os seus crimes. Então, a sua
mulher, mais serena, dá por terminado banquete e faz com que os convidados
saiam.
As feiticeiras previnem Macbeth contra
Macduff, e o usurpador decide exterminar também este e a sua família. Nessa
ocasião, Macduff escapa com vida, mas morrem a sua mulher e os seus filhos.
Macduff, que se refugiara a tempo em Inglaterra, consegue convencer Malcom,
filho do assassinado rei Duncan, a atacar o traidor Macbeth e a derrubá-lo do
trono.
As tropas de Malcom combatem as do
usurpador e este perece às mãos de Macduff, que lhe corta a cabeça. O filho de
Duncan é então proclamado rei da Escócia.
Lady Macbeth, atormentada pelos remorsos,
endoidece e suicida-se, poucos dias antes da morte do marido.
Representei, no papel de Macbeth, e encenei partes desta peça com um conjunto de jovens alunos. Em ambas as situações constatei a complexidade e profundidade da obra de Shakespeare. É verdadeiramente desafiante todo o papel do protagonista, cuja alma é escrutinada em várias dimensões. A nobreza da luta, a ambição do poder absoluto, a crueldade com que mata o primo, os remorsos incomportáveis que o abalam, a culpa que o consome. O sucesso de qualquer representação está, em absoluto, na maneira como o ator agarra toda a complexa personagem de Macbeth. Através dele, Shakespeare representou as enomes contradições do ser humano e a maneira, ironicamente amarga, como a vida estabelece-se uma espécie de justiça poética sobre as ações do Homem.
GAVB
Representei, no papel de Macbeth, e encenei partes desta peça com um conjunto de jovens alunos. Em ambas as situações constatei a complexidade e profundidade da obra de Shakespeare. É verdadeiramente desafiante todo o papel do protagonista, cuja alma é escrutinada em várias dimensões. A nobreza da luta, a ambição do poder absoluto, a crueldade com que mata o primo, os remorsos incomportáveis que o abalam, a culpa que o consome. O sucesso de qualquer representação está, em absoluto, na maneira como o ator agarra toda a complexa personagem de Macbeth. Através dele, Shakespeare representou as enomes contradições do ser humano e a maneira, ironicamente amarga, como a vida estabelece-se uma espécie de justiça poética sobre as ações do Homem.
GAVB
Sem comentários:
Enviar um comentário