Desde 1972, onde quer
que se esteja, qualquer referência à máfia ou ao crime organizado é
imediatamente associado ao filme “O PADRINHO” ou ao nome Don Corleone. Só isso diz bem da colossal importância deste filme e
dos que se seguiram para completar a trilogia de Francis Ford Coppola.
Ao longo de três horas, O Padrinho é estonteante, chocante e
realista, retratando como nunca mais foi feito (exceto nos outros dois filmes
da série) o pérfido cartel do crime que cresceu até ser quase omnipresente nos
Estados Unidos.
É diferente
de qualquer outro filme de gangsters, pois Coppola não utiliza fórmulas até
então conhecidas para contar a história, usando sequências de quadros visuais,
unidos, tal como a própria família, pela presença quase mítica de Vítor
Corleone (Marlon Brando). Essa é, aliás, a receita do romance original, em que
Mario Puzo oscila entre mitos e realidades do mundo do crime organizado.
Marlon Brando teve uma
interpretação inesquecível, que lhe valeu o segundo Óscar de Melhor Ator da sua
carreira, depois do que havia conseguido em 1954 com o filme Há lodo no cais. Aliás, o próprio Mario
Puzo, que escreveu o argumento do filme em parceria com Coppola, referiu que
tinha criado a personagem principal do filme já a pensar que ela seria
interpretada por Marlon Brando. Mas a verdade é que o produtor do filme tinha
pensado em entregar o papel a Edward G. Robinson ou Laurence Olivier. No
entanto a vontade de Coppola era só uma e foi essa que acabou por prevalecer!
Todas as interpretações
neste filme são memoráveis, tanto no que respeita a protagonistas como a atores
secundários. Al Pacino mostra-se estupendo no papel de Michael, o filho
universitário de Don Corleone que acaba por responder ao apelo do sangue em vez de seguir uma carreira longe do crime.
O filme acaba também por ser o filme de Al Pacino, mas as aparições de Marlon
Brando foram tão brilhantes que o
sucessor de Don Corleone apenas teve direito a uma nomeação para ator
secundário.
Marlon Brando recebeu um
pequeno cachet de 100 mil dólares, associado a uma comissão nas receitas do
filme que lhe rendeu 16 milhões de dólares!
Francis Ford Coppola,
convencido de que seria muito difícil lidar com a personalidade de Brando, ficou
surpreendido com a facilidade com que este captou a personagem e com o espírito
cooperante que ele demonstrou ao longo dos 35 dias que concedeu para filmar o
seu papel.
O Padrinho foi um dos
maiores êxitos de bilheteira de todos os tempos e atingiu ganhos na ordem de
150 milhões de dólares. Pela direção desta obra-prima do cinema, Francis Ford
Coppola recebeu uma nomeação para Óscar. Já o filme foi considerado o melhor de
1972 pela Academia de Hollywood e Marlon Brando consagrado como melhor ator.
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