Etiquetas

sábado, 21 de junho de 2014

O PADRINHO (I)


   Desde 1972, onde quer que se esteja, qualquer referência à máfia ou ao crime organizado é imediatamente associado ao filme “O PADRINHO” ou ao nome Don Corleone. Só isso diz bem da colossal importância deste filme e dos que se seguiram para completar a trilogia de Francis Ford Coppola.
    Ao longo de três horas, O Padrinho é estonteante, chocante e realista, retratando como nunca mais foi feito (exceto nos outros dois filmes da série) o pérfido cartel do crime que cresceu até ser quase omnipresente nos Estados Unidos.
    É diferente de qualquer outro filme de gangsters, pois Coppola não utiliza fórmulas até então conhecidas para contar a história, usando sequências de quadros visuais, unidos, tal como a própria família, pela presença quase mítica de Vítor Corleone (Marlon Brando). Essa é, aliás, a receita do romance original, em que Mario Puzo oscila entre mitos e realidades do mundo do crime organizado.
    Marlon Brando teve uma interpretação inesquecível, que lhe valeu o segundo Óscar de Melhor Ator da sua carreira, depois do que havia conseguido em 1954 com o filme Há lodo no cais. Aliás, o próprio Mario Puzo, que escreveu o argumento do filme em parceria com Coppola, referiu que tinha criado a personagem principal do filme já a pensar que ela seria interpretada por Marlon Brando. Mas a verdade é que o produtor do filme tinha pensado em entregar o papel a Edward G. Robinson ou Laurence Olivier. No entanto a vontade de Coppola era só uma e foi essa que acabou por prevalecer!


    Todas as interpretações neste filme são memoráveis, tanto no que respeita a protagonistas como a atores secundários. Al Pacino mostra-se estupendo no papel de Michael, o filho universitário de Don Corleone que acaba por responder ao apelo do sangue  em vez de seguir uma carreira longe do crime. O filme acaba também por ser o filme de Al Pacino, mas as aparições de Marlon Brando foram tão brilhantes que o sucessor de Don Corleone apenas teve direito a uma nomeação para ator secundário.
    Marlon Brando recebeu um pequeno cachet de 100 mil dólares, associado a uma comissão nas receitas do filme que lhe rendeu 16 milhões de dólares!
    Francis Ford Coppola, convencido de que seria muito difícil lidar com a personalidade de Brando, ficou surpreendido com a facilidade com que este captou a personagem e com o espírito cooperante que ele demonstrou ao longo dos 35 dias que concedeu para filmar o seu papel.
    O Padrinho foi um dos maiores êxitos de bilheteira de todos os tempos e atingiu ganhos na ordem de 150 milhões de dólares. Pela direção desta obra-prima do cinema, Francis Ford Coppola recebeu uma nomeação para Óscar. Já o filme foi considerado o melhor de 1972 pela Academia de Hollywood e Marlon Brando consagrado como melhor ator.

Gabriel Vilas Boas
    

Sem comentários:

Enviar um comentário