Esta semana é a vez de vos escrever sobre a Villa
Savoye, mais uma casa que marca a arquitectura do século XX.
Villa Savoye, de 1929, da autoria de Le Corbusier, em Poissy
(França)
Criação
do arquitecto suíço Le Corbusier (1887-1965), o projecto da Villa Savoye foi
pautado pelos ideais do Estilo Internacional, cuja estética valorizava a leveza
do volume sobre a massa, a utilização de planos “leves” e finos na definição
dos espaços, o predomínio da regularidade sobre a simetria, o apuramento
técnico ao invés da ornamentação, o cuidado nas proporções e a flexibilidade da
planta.
Esta
casa de fim-de-semana construída em Poissy, uma vila nos arredores de Paris,
constitui um exemplo paradigmático das teorias de LeCorbusier e desde logo
integrou o protótipo tipológico para as suas futuras construções. O projecto
desta casa, baseado nas funções da vida diária, é um modelo da “Máquina de Habitar”
de Corbusier, onde estão também patentes os “Cinco Pontos” defendidos pelo
arquitecto como fundamentais da “Nova Arquitectura” (1-construção sobre
pilotis; 2-coberturas em telhado-jardim; 3-planta livre; 4-fachadas livres; 5-janelas
rasgadas longitudinalmente).
O
edifício destaca-se dos demais por variados factores, o primeiro, pelo facto de
estar assente em pilares (pilotis) que lhe servem de estrutura,
permitindo quer um isolamento das humidades quer uma maior relação com a
envolvente, solucionando além disso o problema de acesso e estacionamento do
carro, tão premente à época. Outro factor é a planta livre, tornada possível
graças aos pilotis que substituem as paredes-mestras, permitindo que o espaço
possa ser distribuído livremente. E ainda a fachada livre, independente
da estrutura, assentando directamente sobre os pilares, sendo a sua composição ditada
pelas vistas a partir do interior. São igualmente outra causa de destaque, as janelas
colocadas em longas faixas horizontais, visto as fachadas, por não serem
de suporte, poderem conter grandes aberturas. Finalmente o terraço-jardim que, sendo uma cobertura plana, conquista um espaço inútil transformando-o em
solário e jardim.
A Villa
Savoye apresenta-se como um cubo, quase suspenso isto é, devido à malha de
pilares onde está assente o 1º piso, o volume parece levitar sobre o solo. Inteiramente
pintada de branco, a casa desenvolve-se em três níveis. O rés-do-chão, onde se
encontra o espaço de serviço, constituído por garagem, lavandaria, WC, quartos
do pessoal e um grande átrio de secção circular, do qual partem uma rampa e uma
escada, que dão acesso aos andares superiores. No entender de Le Corbusier, a
escada é algo que “separa”, enquanto a rampa é compreendida como algo que
“une”, esta é neste projecto a figura central e é o elemento que conduz o
indivíduo como se fosse um “passo em direcção à luz”.
O 1º andar é o espaço da habitação, que
compreende quartos, quartos de banho,WC, cozinha e salas de jantar e estar, que
dão para um “jardim suspenso”. Este jardim/terraço é fechado por paredes que
contêm enormes rasgos longitudinais, constituindo uma autêntica sala ao ar livre.
Neste volume, o arquitecto projectou as quatro fachadas com aberturas, criando
uma ligação com a paisagem e com as diferentes incidências da luz solar.
O 2.º
andar é preenchido totalmente pelo terraço solário.
Em 1963
a Villa Savoye, também conhecida como “As horas de Luz” foi considerada como
Património Arquitectónico pelo governo francês, devido à influência que
provocou e ainda provoca na arquitectura mundial e pela forma como expressa e
sintetiza as ideias de Le Corbusier para a “Nova Arquitectura” do século XX.
Teresa Beyer
ADORO, O PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO!!! CASAS MARAVILHOSAS, PARA A "NOVA ARQUITECTURA" DO SÉCULO XX. GOSTEI MUITO. PARABÉNS!
ResponderEliminarMais uma vez obrigada por expressar o seu agrado. É importante sentir interesse desse lado da tela.
ResponderEliminarÉ incrível o que se fez neste período da historia, a arquitectura continua na "moda", pela sua inovação, vanguardismo e a beleza estética.