A frase é de Donald Trump e talvez seja das melhores coisas
que disse ultimamente. Donald Trump referia-se às enormes manifestações que pontuaram
a sua tomada de posse.
Donald Trump tem absoluta razão! A grande manifestação do
povo são as eleições. É aí que as pessoas manifestam a sua suprema vontade
sobre quem os irá governará. Criticar quem é eleito democraticamente (ainda que
as regras sejam diferentes de país para país) é criticar a própria democracia;
soa a mau perder.
É ótimo vivermos num sistema social e político que não nos coíbe
de manifestarmos a nossa repulsa até com uma eleição democrática, mas é bom
termos a noção do que fazemos e como estamos a dar trunfos a quem prefere as
ditaduras às democracias. Millor Fernandes dizia, com graça, que “Democracia é
quando eu mando em você; ditadura é quando você manda em mim.” O tempo da informação
total e sem filtro trouxe-nos uma certa infantilidade de pensamento, em que
parece que só queremos brincar quando somos os reis do jogo.
O que se está a passar na América de Trump é uma espécie de
birra de crianças mimadas ou de má consciência com os seus amuos de Novembro de
2016 e que agora não querem reconhecer o grande erro que cometeram.
Trump venceu com os votos dos seus apoiantes e sobretudo com a
ausência dos naturais apoiantes do Partido Democrático. Foi uma dura lição para
as elites políticas americanas e para uma certa arrogância da América instruída e com
acesso aos media. Havia outra América, a América que votou convictamente em
Trump, e que sempre nos procuraram esconder. Agora ela está bem à vista.
A eleição de Trump, o modo como ele ocorreu, deve servir de
lição para outras realidades – nos momentos importantes não devemos amuar e
exercermos a nossa vingançazinha, mas antes votar em consciência, afirmar a
nossa cidadania, perceber a importância do que está em jogo e decidir em
consciência sobre o que é melhor e mais justo para a maioria, ainda que façamos
parte da minoria.
Se Trump, no discurso da tomada de posse, tivesse tido a
coragem e a inteligência de se dirigir aos manifestação e corajosamente lhe
tivesse perguntado “Se me detestam tanto, por que não foram votar, em vez de
terem ficado em casa?”, talvez tivesse havido uns segundos de silêncio em
memória de muitas más consciências.
Gabriel Vilas Boas
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