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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

UMA AVENTURA NA DISNEY


Nunca fui um grande fã do mundo Disney e por isso não fiquei demasiado entusiasmado, quando as minhas filhas me falaram na possibilidade de passar alguns dias na Disneylândia, em Paris. No entanto, estes foram dias maravilhosos e surpreendentes.
Apesar do vento frio e da ameaça permanente de chuva, o cenário com que cada visitante se depara à entrada dos Parques Disney é deslumbrante e rapidamente abre o sorriso aos milhares de visitantes que diariamente acorrem à maior fábrica de sonhos da Europa.

É impressionante constatar como aquela imensa babel de povos se entende na universal linguagem da brincadeira, dos jogos, do saboroso regresso ao tempo da infância. Ao contrário do que pensava a Disneylândia não é só para as crianças, mas para pessoas de todas as idades que reabrem as portas da sua infância e recordam as histórias, as personagens que os fizeram felizes. As personagens e as histórias criadas por Walt Disney que espelham a vida nas suas diversas facetas. Talvez por isso atraiam tanta gente… A luta entre o bem e o mal, os amores e as paixões, as grandes façanhas dos heróis, os divertidos defeitos de bonecos pelos quais nos apaixonamos instintivamente, a delicadeza e sensibilidade das princesas, a maldade dos vilões.

O público divide-se entre o parque Walt Disney Studio Films e o parque da Disneyland. Neste há quatro zonas temáticas (Fantasyland, Discoveryland, Adventureland, Frontierland). Indubitavelmente, a mais bonita e glamourosa é a Fantasyland, onde as meninas se deliciam com histórias de princesas, dragões, da branca de neve, o labirinto curioso da Alice no País das Maravilhas ou o país do conto de fadas.  Estes e outros divertimentos são enquadrados pelo majestoso, imponente e belíssimo Castelo das Princesas, onde todos os dias, à hora de encerramento do Parque, há um encantador espectáculo de cor, fogo-de-artifício e memória das figuras e histórias mais queridas do mundo Disney: Disney Dreams.   

A meio da tarde é normal decorrer uma parada das principais estrelas da bonecada, num animado cortejo pela mainstreet e que me fez lembrar os cortejos carnavalescos. Por coincidência passou por mim na tarde da terça-feira de Carnaval.
A Discoveryland é o território preferido dos rapazes e adultos. Foi lá que comecei a minha visita ao mundo Disney, numa pequena corrida de automóveis com a minha filha mais nova, na Autopia. Noutra altura desci ao submarino do capitão Nemo, antes de uma interessante batalha no Buzz Ligthear Lazer Blast. A minha pontuação foi tão fraquinha que decidi confortar-me com o lanche e deixar o resto da comitiva na Frontierland, onde pacientemente me esperaram na Panthon Manor, verdadeira casa do terror, ao melhor estilo das fantásticas histórias do americano Edgar Allan Poe. Depois de meio-dia passado na terra dos cowboys, procurei a terra da aventura. Adorei o Castelo dos Piratas, a Casa do Aladino, o jipe do Indiana Jones.

As horas e os dias iam-se sucedendo entre divertimentos, enormes filas de espera e vários quilómetros percorridos de um lado para o outro. Apesar do cansaço, o desejo de aventura, brincadeira era sempre superior.
Milhares de pessoas de todo o mundo a cruzarem-se constantemente, a trocar breve impressões, normalmente em francês ou inglês, espécie de línguas fastpass do entendimento geral. As máquinas fotográficas não paravam de disparar, captando momentos únicos e muitos belos, pois o cenário parecia sempre magnífico para qualquer lado que nos virássemos. É fácil fazer 100/200 fotos por dia, pois as oportunidades não faltam. Como também não falta a extrema gentileza de todo o staf do mundo Disney. Africanos, franceses, asiáticos, americanos – todos eles vindos um pouco de todo o mundo são um exemplo de simpatia, simplicidade, cordialidade, resolvendo problemas, indicando soluções, mas nunca aligeirando as normas de segurança. Por falar em segurança, ela esteja sempre visível, ativa e eficaz, mas jamais foi intimidatória.

Obviamente que a Disney não é só um mundo de contos de fadas, pois a vertente comercial está igualmente omnipresente. Os preços das lembranças são uniformes e adequados ao nível média de vida dos europeus. Um pouco superior ao nível médio dos portugueses é o preço das refeições, especialmente para quem não queira comer sempre fastfood. Senti falta de uma boa refeição portuguesa, mas entendo que a única maneira de alimentar 100 mil pessoas diariamente só possa ser aquela, especialmente quando todos querem eficiência e rapidez.
Para o final ficou a descoberta dos Studios Walt Disney. Perceber como se constroem os efeitos especiais de muitos filmes emblemáticos, entender como se criou o medo e a adrenalina das grandes películas de aventuras, percorrer enternecido a história do cinema no Cinamagique foi altamente compensador, mas a aventura final na Casa do Ratatui ultrapassou o imaginável – foi inesquecível.
Gabriel Vilas Boas

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