Esta tragédia foi escrita por volta de
1602 e publicada, ainda que de modo fraudulento, no ano seguinte. Para
escrevê-la, Shakespeare, provavelmente, inspirou-se na História Dinamarquesa de Saxo Grammaticus e em Histórias Trágicas de Belleforest, nas quais figura a lenda de
Hamlet.
Nesta famosa tragédia, Shakespeare conta
que Cláudio, rei dinamarquês, casou com a viúva do seu irmão, poucas semanas
depois de o ter assassinado para subir ao trono.
Hamlet, filho do defunto rei, ao regressar
da universidade alemã, onde estivera a estudar, surpreende-se dolorosamente com
o novo casamento da mãe. Pouco depois, aparece-lhe o espectro do pai, que lhe
conta como foi assassinado por Cláudio.
Perturbado por esta revelação, Hamlet
sente-se torturado entre o desejo de vingar o pai e o sentimento de impotência
para castigar o tio.
Resolve fingir-se doido para os seus
propósitos e num drama que faz representar por cómicos ambulantes na corte,
recorda a Cláudio o crime cometido por este.
A rainha, obrigada por Cláudio, chama
Hamlet aos seus aposentos. Nesse encontro, Hamlet descobre que, por detrás da
cortina, se esconde alguém que o observa e escuta. Por isso decide continuar a
fingir-se louco, pois está convencido que é o tio que o espia. Entretanto toma
a decisão repentina de ferir com a espada o “espião” que se encontra entre os
cortinados. Desafortunadamente quem o escutava era Polónio, pai da sua amada
Ofélia.
Cláudio envia Hamlet para Inglaterra
acompanhado de dois cortesãos que levavam consigo uma carta onde estava
inscrita a ordem de assassínio de Hamlet. Subvertendo as coordenadas do
destino, Hamlet apodera-se da missiva de Cláudio, descobre a conspiração e substitui
a carta por outra, antes de fugir e regressar à Dinamarca.
Pouco antes do regresso de Hamlet, Ofélia
(a quem a morte do pai deixara louca) afoga-se num rio. Laertes, irmão de
Ofélia, ao saber do assassínio do pai e do suicídio da irmã, resolve vingar-se
de Hamlet, a quem Cláudio denuncia como culpado.
O odioso rei propõe um combate entre os
dois jovens e faz com que Laertes impregne a sua espada com um veneno violento
e letal. Como é próprio de qualquer tragédia, o Destino resolve entrar em cena
e durante um dos combates, Laertes e Hamlet trocam ocasionalmente de espada. O
irmão de Ofélia morre devido ao veneno destinado ao opositor. Morre também a
rainha envenenada por uma taça que Cláudia preparara para Hamlet e este
trespassa o rei com a sua espada, pouco antes de ele morrer, em consequência de
uma ferida causada pela arma envenenada de Laertes.
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