A 22 de fevereiro de 1943, Sophie Scholl, estudante de biologia em Munique, e o irmão Hans, de 24 anos, estudante de Medicina, foram assassinados pela Gestapo; antes tinham sido presos, uns dias antes, por atirarem panfletos de uma janela. Os dois irmãos foram guilhotinados no mesmo dia. Os restantes elementos do grupo anti-nazi foram mortos nos meses seguintes, depois de uma laboriosa perseguição e detenção engendrada pela Gestapo.
Dois anos antes, Sophie e Hans tinham formado “Rosa Branca”, um grupo de amigos que encorajava os alemães a uma atitude de resistência pacífica ao regime nazi e ao seu esforço de guerra.
Desde 1942 que o grupo produzia panfletos anónimos com o título Rosa Branca, os quais distribuía especialmente no sul da Alemanha, já que os irmãos Scholl estudavam em Munique.
“Queremos tentar demonstrar que todos estão em condições de contribuir para derrubar o sistema. Isto só é possível com a colaboração de muita gente convicta e enérgica – gente que está de acordo quanto ao método a utilizar. Não dispomos de muitas opções quanto ao método. O significado e o propósito da resistência pacífica são derrubar o nacional-socialismo, e nessa luta não podemos afastar-nos do nosso caminho, seja qual for a sua natureza. Uma vitória da Alemanha fascista nesta guerra fria teria consequências incomensuráveis, terríveis.”
Noutro panfleto afirmam: “O nome da Alemanha ficará desonrado para sempre se a juventude alemã não se insurgir finalmente, vingar, esmagar os seus carrascos. Estudantes! O povo alemão está de olhos postos em nós”.
Pelos vistos, a Gestapo também estava. A crueldade nazi não se encolhia mesmo perante os seus. Ao reler os panfletos de Sophie e Hans não posso deixar de evocar a sua enorme coragem, mas também a sua grande ingenuidade. Acho que não conheciam bem qual era o modus operandi do regime que os governava há mais de uma década. Só podiam fracassar. Sobrou-lhes o icónico papel de mártires e símbolo da consciência perdida do povo alemão perante uma mancha sobre a sua reputação que levou(leva) décadas a apagar.
GAVB
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