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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A EXECUÇÃO DE SOPHIE SCHOLL, 1943


A 22 de fevereiro de 1943, Sophie Scholl, estudante de biologia em Munique, e o irmão Hans, de 24 anos, estudante de Medicina, foram assassinados pela Gestapo; antes tinham sido presos, uns dias antes, por atirarem panfletos de uma janela. Os dois irmãos foram guilhotinados no mesmo dia. Os restantes elementos do grupo anti-nazi foram mortos nos meses seguintes, depois de uma laboriosa perseguição e detenção engendrada pela Gestapo.
Dois anos antes, Sophie e Hans tinham formado “Rosa Branca”, um grupo de amigos que encorajava os alemães a uma atitude de resistência pacífica ao regime nazi e ao seu esforço de guerra.
Desde 1942 que o grupo produzia panfletos anónimos com o título Rosa Branca, os quais distribuía especialmente no sul da Alemanha, já que os irmãos Scholl estudavam em Munique.

Num desses panfletos podia ler:
“Queremos tentar demonstrar que todos estão em condições de contribuir para derrubar o sistema. Isto só é possível com a colaboração de muita gente convicta e enérgica – gente que está de acordo quanto ao método a utilizar. Não dispomos de muitas opções quanto ao método. O significado e o propósito da resistência pacífica são derrubar o nacional-socialismo, e nessa luta não podemos afastar-nos do nosso caminho, seja qual for a sua natureza. Uma vitória da Alemanha fascista nesta guerra fria teria consequências incomensuráveis, terríveis.”

Noutro panfleto afirmam: “O nome da Alemanha ficará desonrado para sempre se a juventude alemã não se insurgir finalmente, vingar, esmagar os seus carrascos. Estudantes! O povo alemão está de olhos postos em nós”.

Pelos vistos, a Gestapo também estava. A crueldade nazi não se encolhia mesmo perante os seus. Ao reler os panfletos de Sophie e Hans não posso deixar de evocar a sua enorme coragem, mas também a sua grande ingenuidade. Acho que não conheciam bem qual era o modus operandi do regime que os governava há mais de uma década. Só podiam fracassar. Sobrou-lhes o icónico papel de mártires e símbolo da consciência perdida do povo alemão perante uma mancha sobre a sua reputação que levou(leva) décadas a apagar.
GAVB

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