Fica em Kristiansand, no sudoeste da
Noruega, um dos mais bonitos e modernos Teatros da Europa. O Kilden
Performing Arts Centre foi inaugurado há quatro anos e constitui
um motivo de orgulho para os 75 habitantes de Kristiansand, que espelham no “seu”
Kilden Arts Centre o orgulho da arquitetura escandinava.
O Kilden Performing Arts Centre foi
projetado pela ALA ARCHITECTS, uma equipa de arquitetos finlandeses que ganhou
o concurso internacional para a realização deste projeto arquitetónico que tem
tanto de belo quanto de complexo.
O« Kilden» é um teatro e também uma sala
de concertos, que alberga o Agder Teater (Companhia de Teatro de
Kristiansand), a Orquestra Sinfónica da cidade e a Ópera Sor.
Os arquitetos da ALA conceberam um espaço
amplo, situado na zona portuária da cidade, onde estão claramente definidas
quatro zonas: a zona dos auditórios, uma zona de foyer público, a rua da
produção e a zona das oficinas e armazenamento de materiais.
Na parte central do edifício, entre o hall
de entrada e a rua da produção, foram desenhados quatro grandes salas/auditórios
para a alta performance de teatro e música. É aí que encontramos a Concert Hall com 1185 lugares, a Theatre & Opera Hall, com 708
lugares, uma multi-sala de 234
lugares sentados e 400 em pé, e uma pequena sala de concertos, denominada “Salão Íntimo” com capacidade para 150
lugares.
Nestes espaços encontramos uma expressão arquitetónica
formal e muito precisa, onde os diversos auditórios dão a sensação de unidades
com múltiplos usos e um nível muito grande de funcionalidade e técnica.
A zona do foyer público é um espaço
livre, dedicado à improvisação. É aí que o público encontra exposições e
espetáculos performativos mais pequenos. É uma zona de fácil acesso e que
permite também um fácil acesso aos quatro auditórios, de maneira a que o
público passe de um aperitivo performativo para o prato principal da proposta artística
da noite sem perder muito tempo.
A Rua de Produção, com os seus seis
metros de largura e duas imponentes portas de altura completa nas extremidades,
garante uma grande flexibilidade entre auditórios e instalações de produção, permitindo
proceder à montagem de grandes produções dentro do próprio edifício do Teatro Kilden.
A quarta zona é a zona das oficinas de
produção, unidades de armazenamento e locais de trabalho para o pessoal do
Kilden Arts Centre. Fica traseiras das extremidades leste e oeste do edifício e
tem saída tanto para a rua de produção como para o exterior através de janelas
de elevação oriental.
Quem aprecia o edifício de frente encontra
uma deslumbrante fachada de vidro encimada por ondulante parede de carvalho que
reveste o baixo-ventre dos quatro auditórios do Kilden Performing Arts Centre.
Esta parede ondulante segue as formas definidas pelas quatro grandes salas de
espetáculos e cria uma superfície que parece separar o mundo real do ilusório. Esta
parede de carvalho cria uma enorme dossel que se projeta em relação ao porto da
cidade.
As outras fachadas apresentam uma superfície
dobrada vertical, dando ao edifício uma forma elegante e suave. Os ziguezagues
de alumínio e uma série de janelas criam uma espécie de grade dentro das dobras
ondulantes.
A aparência exterior notável do edifício é
a primeira sensação que o visitante experiencia, no entanto ao entrar no Kilden
Performing Arts Centre, qualquer pessoa percebe com é funcional. A
ordem dos auditórios é determinada pelas relações com as instalações de
produções. Por exemplo, o salão principal do palco do teatro está localizado de
modo a abrir para as oficinas do set de construção.
O nome “Perfoming” não surge por acaso. O
conceito principal do «Teater» de Kristiansand é ser um espaço de performance e
por isso foi moldado como um sinal na paisagem urbana. A superfície ondulante
da fachada forma uma entrada dramática entre as salas de espetáculos e a costa
marítima. A relação do edifício com o canal e o mar tem uma forte tensão
dramática ou não estivéssemos nós a falar de um teatro.
Apesar de moderno e muito funcional, o «Kilden»
tem já um grande impacto sobre a identidade cultural da região, pois a sua
expressão arquitetónica única atrai muita gente à região. Na verdade o «Kilden»
é a expressão da grande arquitetura do norte da Europa, onde um projeto
complexo e grandioso, deu lugar a um trabalho duro, rigoroso e difícil que
culminou numa obra sublime que merece a pena ser visitada.
Gabriel Vilas Boas
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