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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

AO SOM DO PIANO - BACH

AO SOM DO PIANO…
Há um compositor que acompanha os alunos de piano desde o primeiro ao último ano do Conservatório. 
De seu nome Johann Sebastian Bach, este alemão nascido em Eisenach viveu em pleno período barroco tendo morrido em 1750 na cidade de Leipzig. Ao longo dos seus 65 anos de vida produziu uma vastíssima obra, que permite a interpretação das suas composições não só por crianças que se iniciam no piano e tocam peças do “Pequeno livro de Ana Magdalena”como também por alunos mais avançados, que entre outras obras de grande dificuldade podem tocar o “Cravo bem temperado”.
Apesar de a música para teclado de Bach ser tocada hoje em dia em piano, no seu tempo este instrumento não existia, por isso a sonoridade que ouvimos atualmente é distinta daquela que seria produzida pelo cravo ou pelo clavicórdio. Há que reduzir as potencialidades do piano moderno às que Bach tinha no seu tempo para sermos fiéis à sua música.
Dependendo da sua situação profissional, Bach foi compondo praticamente em todos os géneros e formas do final do barroco. Compôs prelúdios e fugas, toccatas, suites, variações, corais, cantatas, sonatas, concertos, missas e as Paixões. Deixou uma das mais vastas obras de sempre na história da música, tanto ao nível da música sacra como da profana.
A sua carreira foi semelhante a muitos outros músicos seus contemporâneos: foi organista em Arnstadt e Mullhausen, organista da corte do duque de Weimar e diretor musical da escola de S. Thomas em Leipzig, mas as suas capacidades musicais eram muito admiradas e reconhecidas. Bach descendia de uma família de músicos, tendo iniciado a aprendizagem musical com o seu pai. Ao ficar órfão muito cedo, com apenas 10 anos, foi acolhido por um irmão mais velho, também ele músico, organista e aluno de Pachelbel. Apoiado pelo irmão, J.S. Bach pode continuar a sua formação musical. Casou duas vezes, primeiro com Maria Bárbara e depois com Ana Madalena e tinha uma prole numerosa, fruto desses dois casamentos. Teve uma vida calma, procurando sempre trabalho que lhe proporcionasse uma boa estabilidade económica para sustentar a família e dar-lhes uma vida digna e desafogada.
É difícil escolher uma obra para audição entre tantas possíveis e com certeza do agrado da maioria, mas as “Variações Goldberg” são sem dúvida uma das peças preferidas dos ouvintes de música erudita e por isso aqui fica o registo para que possam apreciar e desfrutar. Estas variações para cravo foram publicadas em 1741 e são constituídas por uma aria inicial seguida de 30 variações até à repetição da aria inicial. O nome destas variações ficou a dever-se ao cravista Goldberg, que as tocava para o conde Keyserling quando este tinha noites de insónia. Conta-se que o conde quando tinha insónias pedia a Goldberg que tocasse as suas variações, acabando Bach por dedicar as variações ao seu amigo.
 
Já foram feitas várias gravações desta obra ímpar na história da música, mas o seu mais exímio intérprete talvez tenha sido Glenn Gould, pianista canadiano que as gravou em dois momentos distintos da sua vida, em 1955 e em 1981. Aqui fica a gravação das Variações Golberg, na interpretação de Glenn Gould que tinha um estilo muito peculiar e até algo excêntrico de tocar. Era difícil fazer gravações com Glenn Gould porque ele cantarolava a melodia enquanto tocava e isso ouve-se até em certos momentos da audição.
Margarida Assis



4 comentários:

  1. Respostas
    1. As variações Goldberg são a minha obra de eleição, sobretudo nesta interpretação de Glenn Gould. E Bach, na minha opinião, é o compositor mais completo de todos os tempos.

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  2. LINDO AO SOM DO PIANO!!! CANTAROLANDO A MELODIA EM NOITES DE INSÓNIA... PARABÉNS.

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  3. Gostei de te ler e de ouvir o que reservaste para nós. Obrigada.

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