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terça-feira, 16 de junho de 2015

AO SOM DA MÚSICA NA PINTURA PORTUGUESA

Ao longo da História, a música tem influenciado pintores de todas as épocas e nações que nos apresentam obras onde estão reproduzidos instrumentos musicais, a maior parte das vezes associados a figuras humanas ou anjos que os parecem tocar.
Também os pintores portugueses vão buscar inspiração à música e são muitos os que têm obras onde podemos ver instrumentos musicais, fazendo-nos associar o sentido da visão ao da audição, pois facilmente imaginamos o género musical ali reproduzido e até parece que ouvimos a música. Esta, quase que sai da tela e entra nos nossos ouvidos. Será a música surda do  título do quadro de  Amadeo de Souza-Cardoso em baixo reproduzido?

Através das obras podemos facilmente imaginar o ambiente, o extrato social das figuras representadas ou retratadas, assim como a época em que se situam.

Domingos António de Sequeira (1768-1837)
Retrato de D. Mariana Benedicta Vitória de Sequeira






Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929)
Concerto de amadores



Eduardo Viana (1881-1967)
Viola braguesa 


Abel Manta (1888-1982)
O violinista René Bohet


Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)
Música surda










Carlos Botelho (1899-1982)

Quarteto

 



Sarah Afonso (1899-1983)
Casamento na aldeia


Mário Eloy (1900-1951)
Bailarico no bairro




Júlio (1902-1983)
O circo



Vieira da Silva (1908-1992)
O harmónio



Júlio Pomar (1926-)
Lusitânia no Bairro Latino



Paula Rego (1935-)

Os músicos










Estes são apenas alguns exemplos da música na pintura portuguesa. Destes pintores, sabemos que Carlos Botelho tocava violino e Maria Helena Vieira da Silva tocava piano.  
Para ouvir, enquanto se visualizam as imagens, aqui fica uma sugestão: 1º andamento do Concerto nº1 para violino de J.S.Bach.
Margarida Assis

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

AO SOM DO PIANO - BACH

AO SOM DO PIANO…
Há um compositor que acompanha os alunos de piano desde o primeiro ao último ano do Conservatório. 
De seu nome Johann Sebastian Bach, este alemão nascido em Eisenach viveu em pleno período barroco tendo morrido em 1750 na cidade de Leipzig. Ao longo dos seus 65 anos de vida produziu uma vastíssima obra, que permite a interpretação das suas composições não só por crianças que se iniciam no piano e tocam peças do “Pequeno livro de Ana Magdalena”como também por alunos mais avançados, que entre outras obras de grande dificuldade podem tocar o “Cravo bem temperado”.
Apesar de a música para teclado de Bach ser tocada hoje em dia em piano, no seu tempo este instrumento não existia, por isso a sonoridade que ouvimos atualmente é distinta daquela que seria produzida pelo cravo ou pelo clavicórdio. Há que reduzir as potencialidades do piano moderno às que Bach tinha no seu tempo para sermos fiéis à sua música.
Dependendo da sua situação profissional, Bach foi compondo praticamente em todos os géneros e formas do final do barroco. Compôs prelúdios e fugas, toccatas, suites, variações, corais, cantatas, sonatas, concertos, missas e as Paixões. Deixou uma das mais vastas obras de sempre na história da música, tanto ao nível da música sacra como da profana.
A sua carreira foi semelhante a muitos outros músicos seus contemporâneos: foi organista em Arnstadt e Mullhausen, organista da corte do duque de Weimar e diretor musical da escola de S. Thomas em Leipzig, mas as suas capacidades musicais eram muito admiradas e reconhecidas. Bach descendia de uma família de músicos, tendo iniciado a aprendizagem musical com o seu pai. Ao ficar órfão muito cedo, com apenas 10 anos, foi acolhido por um irmão mais velho, também ele músico, organista e aluno de Pachelbel. Apoiado pelo irmão, J.S. Bach pode continuar a sua formação musical. Casou duas vezes, primeiro com Maria Bárbara e depois com Ana Madalena e tinha uma prole numerosa, fruto desses dois casamentos. Teve uma vida calma, procurando sempre trabalho que lhe proporcionasse uma boa estabilidade económica para sustentar a família e dar-lhes uma vida digna e desafogada.
É difícil escolher uma obra para audição entre tantas possíveis e com certeza do agrado da maioria, mas as “Variações Goldberg” são sem dúvida uma das peças preferidas dos ouvintes de música erudita e por isso aqui fica o registo para que possam apreciar e desfrutar. Estas variações para cravo foram publicadas em 1741 e são constituídas por uma aria inicial seguida de 30 variações até à repetição da aria inicial. O nome destas variações ficou a dever-se ao cravista Goldberg, que as tocava para o conde Keyserling quando este tinha noites de insónia. Conta-se que o conde quando tinha insónias pedia a Goldberg que tocasse as suas variações, acabando Bach por dedicar as variações ao seu amigo.
 
Já foram feitas várias gravações desta obra ímpar na história da música, mas o seu mais exímio intérprete talvez tenha sido Glenn Gould, pianista canadiano que as gravou em dois momentos distintos da sua vida, em 1955 e em 1981. Aqui fica a gravação das Variações Golberg, na interpretação de Glenn Gould que tinha um estilo muito peculiar e até algo excêntrico de tocar. Era difícil fazer gravações com Glenn Gould porque ele cantarolava a melodia enquanto tocava e isso ouve-se até em certos momentos da audição.
Margarida Assis