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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

TEATRO - GENTE DIFERENTE

Com apenas 10 anos pisei um palco para o meu primeiro espectáculo de Teatro, o Quimera! Tão pequenina não poderia supor que a minha imaginação, fantasia, sonho… seria ser ACTRIZ.
Começo por dizer esta frase porque acredito que durante o meu percurso tudo se baseou numa forte crença… aquilo que escrevo hoje não é excepção.
O espectáculo de que vos quero falar acabou de estrear e pode ser acompanhado pelos meios de comunicação/facebook (espero que todos o possam ver) nasceu de uma ideia, num jantar de amigos/colegas e actores.
Queríamos fazer uma comédia.
O David Carronha, que já tinha escrito A Última Noite, predispôs-se imediatamente e cheio de vontade e o que era para ser uma adaptação de Anton Tchekhov (peças de um acto) … passou a ser uma inspiração. O grande autor, David, tornou-se assim a primeira peça do divertido e fantástico puzzle que é O DOTE.  
Escrito e lido o texto, o Joaquim Nicolau (Nico para os amigos, encenador) apaixonou-se pela comédia de enganos. Não foi difícil convencê-lo a encenar. Creio que o seu sexto sentido visualizou o potencial do que lera: finalmente podíamos trabalhar num espectáculo que mais do que ficar numa sala fixa, particularmente «… pode ir até onde as pessoas estão…», ou seja, é um espectáculo preparado para acontecer em qualquer espaço. A ideia é meter o cenário e os actores dentro de uma carrinha e partir Portugal fora.
Todo o elenco foi uma surpresa. Nunca o Quinzinho Portugal tinha feito teatro. Habituado aos palcos nos seus espectáculos de stand up e música, depressa mostrou uma dedicação e companheirismo absoluto. Depois de alguns meses de trabalho, é um Hipólito brilhante e cheio de vida.
                                                           O elenco de "O DOTE"

Os elencos duplos deste projecto permitem flexibilidade nos outros trabalhos que surgem. Para um projecto que nasce e cresce da boa vontade e amor à arte de cada um “amigo não empata trabalho e trabalho não empata amigo!”. Sim, é verdade, este não foi um espectáculo subsidiado. Não conseguimos patrocínios no imediato da sua concretização mas, nem por isso, deixámos de o fazer. Foram mais de três meses em encontros de final de tarde, jantares e, quase ceias juntos! Todos os dias trabalhávamos pelo menos 4/5 horas. Graças à gentileza da Sola do Sapato e Teatro Villaret que nos emprestaram salas de ensaio.
A construção deste puzzle não foi fácil. Mas foi e é aliciante e apaixonante! A forma mais simples que encontro para explicar aquilo que sentimos quando dedicamos tanto tempo a algo, chama-se AMOR. Aquilo que sentimos quando estamos em cima do palco chama-se PAIXÃO. Quanto a mim, se assim não for, não fará algum sentido esta dádiva que compomos de nós próprios à arte e aos outros.
Todos os dias aprendi/aprendo alguma coisa. Sou uma verdadeira apaixonada por cada palavra da minha personagem. Ouvir o Nico é uma inspiração. Ele pinta com palavras aquilo que nos quer dar a entender, usa exemplos, e metáforas, num esbracejar constante de uma paixão só possível quando se gosta verdadeiramente do que se faz.
E as minhas doce colegas: Marta Melro, Joana Caçador e Madalena Caixeiro. Quem disse que as mulheres não são verdadeiras amigas?! Cada uma com a sua personalidade, nunca deixamos de ser as “mulherzinhas” da equipa. A Marta com a sua energia do norte e o seu coração gigante. A Joana com a sua ingenuidade e alegria natural. A Madalena com a sua calma e sentido de humor.
E os homens: o Luís Oliveira é possivelmente o colega mais bem-disposto que conheço; o Quimbé? O Quimbé é BENFICA! Provavelmente o actor/locutor que mais trabalho executa ao mesmo tempo, penso que a formiga seria o seu animal. O Francisco Areosa o mais sério, o rapaz que dizia que não estava “formatado enquanto actor para a comédia” e agora quando entra em palco, o público só olha para ele… Surpreendidos?! Quando um actor não julga ter aptidão natural, agarra-se à técnica e a isto eu chamo de inteligência e trabalho.
Todos nós somos parte do puzzle. Somos cada um, uma peça e se falta alguém o puzzle não fica apto.
Durante estes meses fomos conquistando apoios, patrocínios e até pessoas que nos ajudam a vários níveis. Não estamos só satisfeitos com essas “aquisições” porque já estreámos e/ou a comunicação social nos tem apoiado na divulgação. Estamos, sobretudo, contentes porque sabemos o valor e a beleza do espectáculo que temos. Acreditamos nele. Ouvimos e lemos críticas dos espectadores e colegas e todos os dias crescemos em orgulho, reconhecimento e agradecimento.
É preciso coragem para ser diferente e muita competência para fazer a diferença!” Queremos ser sempre melhores naquilo que sabemos fazer e queremos agradecer a todos os envolvidos do fundo do coração!
Gente Diferente de Rodrigo Leão. Foi a banda sonora deste texto. Obrigada Nico, outra e outra vez, pelas coisas graciosas que nos mostras.


Maria Faleiro

1 comentário:

  1. É preciso Coragem, Amor, Paixão e Competência para fazer a diferença!!! A todos que fazem parte deste projeto, muitos Parabéns!!!

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