Com apenas 10
anos pisei um palco para o meu primeiro espectáculo de Teatro, o Quimera! Tão pequenina não poderia supor
que a minha imaginação, fantasia, sonho… seria ser ACTRIZ.
Começo por dizer
esta frase porque acredito que durante o meu percurso tudo se baseou numa forte
crença… aquilo que escrevo hoje não é excepção.
O espectáculo de
que vos quero falar acabou de estrear e pode ser acompanhado pelos meios de
comunicação/facebook (espero que todos o possam ver) nasceu de uma ideia, num
jantar de amigos/colegas e actores.
Queríamos fazer
uma comédia.
O David
Carronha, que já tinha escrito A Última
Noite, predispôs-se imediatamente e cheio de vontade e o que era para ser
uma adaptação de Anton Tchekhov (peças de um acto) … passou a ser uma
inspiração. O grande autor, David, tornou-se assim a primeira peça do divertido
e fantástico puzzle que é O DOTE.
Escrito e lido o
texto, o Joaquim Nicolau (Nico para os amigos, encenador) apaixonou-se pela
comédia de enganos. Não foi difícil convencê-lo a encenar. Creio que o seu
sexto sentido visualizou o potencial do que lera: finalmente podíamos trabalhar
num espectáculo que mais do que ficar numa sala fixa, particularmente «… pode
ir até onde as pessoas estão…», ou seja, é um espectáculo preparado para
acontecer em qualquer espaço. A ideia é meter o cenário e os actores dentro de
uma carrinha e partir Portugal fora.
Todo o elenco
foi uma surpresa. Nunca o Quinzinho Portugal tinha feito teatro. Habituado aos
palcos nos seus espectáculos de stand up e música, depressa mostrou uma
dedicação e companheirismo absoluto. Depois de alguns meses de trabalho, é um
Hipólito brilhante e cheio de vida.
O elenco de "O DOTE"
Os elencos duplos
deste projecto permitem flexibilidade nos outros trabalhos que surgem. Para um
projecto que nasce e cresce da boa vontade e amor à arte de cada um “amigo não
empata trabalho e trabalho não empata amigo!”. Sim, é verdade, este não foi um
espectáculo subsidiado. Não conseguimos patrocínios no imediato da sua
concretização mas, nem por isso, deixámos de o fazer. Foram mais de três meses
em encontros de final de tarde, jantares e, quase ceias juntos! Todos os dias
trabalhávamos pelo menos 4/5 horas. Graças à gentileza da Sola do Sapato e Teatro Villaret que nos emprestaram salas de
ensaio.
A construção
deste puzzle não foi fácil. Mas foi e é aliciante e apaixonante! A forma mais
simples que encontro para explicar aquilo que sentimos quando dedicamos tanto
tempo a algo, chama-se AMOR. Aquilo que sentimos quando estamos em cima do
palco chama-se PAIXÃO. Quanto a mim, se assim não for, não fará algum sentido
esta dádiva que compomos de nós próprios à arte e aos outros.
Todos os dias
aprendi/aprendo alguma coisa. Sou uma verdadeira apaixonada por cada palavra da
minha personagem. Ouvir o Nico é uma inspiração. Ele pinta com palavras aquilo
que nos quer dar a entender, usa exemplos, e metáforas, num esbracejar
constante de uma paixão só possível quando se gosta verdadeiramente do que se
faz.
E as minhas doce
colegas: Marta Melro, Joana Caçador e Madalena Caixeiro. Quem disse que as
mulheres não são verdadeiras amigas?! Cada uma com a sua personalidade, nunca
deixamos de ser as “mulherzinhas” da
equipa. A Marta com a sua energia do norte e o seu coração gigante. A Joana com
a sua ingenuidade e alegria natural. A Madalena com a sua calma e sentido de
humor.
E os homens: o
Luís Oliveira é possivelmente o colega mais bem-disposto que conheço; o Quimbé?
O Quimbé é BENFICA! Provavelmente o actor/locutor que mais trabalho executa ao
mesmo tempo, penso que a formiga seria o seu animal. O Francisco Areosa o mais
sério, o rapaz que dizia que não estava “formatado enquanto actor para a
comédia” e agora quando entra em palco, o público só olha para ele…
Surpreendidos?! Quando um actor não julga ter aptidão natural, agarra-se à
técnica e a isto eu chamo de inteligência e trabalho.
Todos nós somos
parte do puzzle. Somos cada um, uma peça e se falta alguém o puzzle não fica
apto.
Durante estes meses
fomos conquistando apoios, patrocínios e até pessoas que nos ajudam a vários
níveis. Não estamos só satisfeitos com essas “aquisições” porque já estreámos
e/ou a comunicação social nos tem apoiado na divulgação. Estamos, sobretudo,
contentes porque sabemos o valor e a beleza do espectáculo que temos.
Acreditamos nele. Ouvimos e lemos críticas dos espectadores e colegas e todos
os dias crescemos em orgulho, reconhecimento e agradecimento.
“É preciso coragem para ser diferente e
muita competência para fazer a diferença!” Queremos ser sempre melhores
naquilo que sabemos fazer e queremos agradecer a todos os envolvidos do fundo
do coração!
Gente Diferente de Rodrigo Leão. Foi a
banda sonora deste texto. Obrigada Nico, outra e outra vez, pelas coisas graciosas
que nos mostras.
Maria Faleiro
É preciso Coragem, Amor, Paixão e Competência para fazer a diferença!!! A todos que fazem parte deste projeto, muitos Parabéns!!!
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