Dando início a uma série de apontamentos sobre música neste blogue, devo elucidar os possíveis leitores acerca do que aqui poderão encontrar. Haverá espaço para falar de diferentes géneros musicais, de intérpretes, de compositores e ainda fazer comentários a algum concerto ou espetáculo musical.
A propósito da morte recente do maestro Claudio Abbado, dedico este primeiro post a este grande músico e maestro que regeu as mais conceituadas orquestras mundiais.
Eu acho que nós só nos apercebemos da importância da figura do maestro quando temos alguma maturidade musical. Quando somos jovens, compramos Cds para ouvirmos determinada música, depois começamos a reparar na interpretação e a selecionar aquilo que compramos tendo em conta o intérprete e só mais tarde damos conta da função decisiva que o maestro pode ter à frente de uma orquestra. Por isso as nossas estantes de música estão cheias de Cds com as mesmas obras, mas todas diferentes quanto à interpretação. No início, só importa a obra que queremos ouvir, quem a vai interpretar é indiferente, mas ao longo do tempo, percebemos que a mesma música pode ganhar muito ao ser interpretada por um determinado músico. E uma orquestra com o Claudio Abbado a dirigi-la é a garantia de um excelente trabalho e de uma fantástica e muito clara sonoridade.
Claudio Abbado nasceu em Milão e morreu em Bolonha aos 80 anos, tendo sido dos maestros que mais gravou, sempre com grandes orquestras. Foi diretor do Scala de Milão e entre outras orquestras, dirigiu a Filarmónica de Viena, a Sinfónica de Londres e a Filarmónica de Berlim, tendo nesta sucedido a Herbert Von Karajan. Abbado foi o fundador da Orquestra de Jovens da União Europeia.
Era um defensor das edições originais das obras, de modo a ser o mais fiel possível ao espírito do compositor. Entre as várias gravações com o cunho de Claudio Abbado na direção, proponho a audição de uma das nove sinfonias de Beethoven com a Filarmónica de Berlim. O La Scala de Milão, sob a batuta do seu atual diretor, Daniel Barenboim prestou uma última homenagem a Claudio Abbado, interpretando a marcha fúnebre da Sinfonia nº 3 de Beethoven, oito dias após a morte do maestro.
Termino com uma frase de Claudio Abbado: “A cultura é tão essencial à vida quanto a água".
Margarida Assis
Nestes tempos difíceis em que vivemos, temos de o afirmar bem alto: "A cultura é tão essencial à vida quanto a água"!
ResponderEliminarAnabela, a cultura pode e deve ser o brilho nos olhos na vida de cada ser humano. Nós esperamos ser um pequeno contributo, um pequeno farol.
EliminarParabéns,Margarida.Graças a ti, acho que vou adquirir alguma maturidade musical.Talvez chegue até à idade adulta,minha doce e melódica amiga.Obrigada.
ResponderEliminarRosa Maria Fonseca
Concordo com o Maestro Claudio Abbado: " A Cultura é tão essencial à Vida quanto a água "!!! Gostei... obrigada.
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