Vinte anos depois, a seleção francesa de futebol volta a pôr a mão numa Jules Rimet, ou numa versão mais moderna, a FIFA WORLD CUP.
A seleção de Didier Dechamps foi a mais competente do Mundial de Futebol 2018, realizado na Rússia, do «czar» Putin, mas não encantou. Aliás, nenhuma seleção praticou um futebol fabuloso ou que vai ficar na memória dos amantes do futebol.
A mais «africana» seleção gaulesa de sempre venceu, porque foi eficaz, cerebral, conhecedora dos seus limites. As vedetas Mbappé e Griezmann tiveram a humildade de nunca se sobrepor ao coletivo e por aí também se fez a força dos bleus. Outra lição aprendida foi a soberba. Pogba, Matuidi e Kanté não cometeram o erro de desvalorizar uma seleção principiante em finais, como aconteceu em 2016, em Paris, quando perderam o Europeu, em casa, para Portugal.
A vitória do país de Macron e Zidane começou a desenhar-se na forma categórica como passaram a primeira fase da prova, passando pelo modo seguro com que iluminaram Uruguai e Bélgica, até à vitória final, onde sempre pareceram emocionalmente mais adultos que os croatas, apesar de terem uma média de idades inferior. Ter vivido o trauma de Paris, em 2016, enrijeceu psicologicamente a jovem geração francesa.
Esta seleção não é tão espetacular com a equipa de Zidane, Henry ou Dechamps (Mundial de 1998, Europeu de 2000), mas pode atingir o mesmo patamar, sobretudo, porque atinge a glória ainda longe do zénite das suas potencialidades.
Sobre o resto do campeonato, confirmou-se o suave declínio da equipa portuguesa; a total dependência da seleção argentina do astro Messi, que se encolhe em grandes torneios mundiais, ao contrário do que acontecia com Maradona; o esgotamento tático e mental da seleção alemã; a desorganização do futebol brasileiro, que se arrisca a queimar mais uma geração de futebolistas de eleição sem alcançar a glória suprema do desporto preferido dos brasileiros.
Menções honrosas merecem a Croácia e a Bélgica, que alcançaram os restantes lugares do pódio, atingindo igualmente a suas melhores classificações de sempre. No meu entender aa seleção belga foi aquela que melhor futebol praticou ao longo de todo o torneio. A nível individual, o croata Modric foi justamente distinguido como o melhor jogador do Mundial da Rússia; o francê Mbappé arrecadou a estatueta de melhor jovem jogador enquanto o belga Courtois foi eleito o melhor guarda-redes e o inglês Harry Kane sagrou-se o melhor marcador com seis golos. Distinções consensuais, onde as quatro melhores seleções do Mundial Rússia 2018 estiveram também representadas.
GAVB
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