«A vaidade é o defeito que mais aprecio nos homens.» dizia Al Pacino no início do icónico "Advogado do Diabo”, há vinte anos.
A vaidade é um defeito tão produtivo quanto destrutivo. Por causa dela, cometemos algumas loucuras e, por causa dela, o mundo “pula e avança” mais rápido que o bom senso deixaria.
A internet revolucionou a maneira de nos relacionarmos. Estar online passou a ser uma necessidade para uns e uma obsessão para outros. Como tudo o que é obsessivo chega a um dado momento em que satura.
Quando todos fazem o mesmo já ninguém é especial e muitos se questionam «para quê tanto trabalho se todos fazemos o mesmo?». Na verdade, a vaidade perde imensa força quando deixamos de provocar inveja. Para muitos de nós, estar online era um modo de «estar in», de provocar inveja, alimentando ego.
Com todos online, algo que parecia bom e desafiante tornou-se aborrecido e pouco produtivo. Como seria de esperar chegamos facilmente a um estado de intoxicação de comunicação através da internet que precisamos urgente de desintoxicar.
Como isto vai por modas (quase sempre foi assim), alguns hotéis já pedem aos seus hóspedes os seus aparelhos eletrónicos na altura do check-in e apenas os devolvem no fim da estadia; há restaurantes que obrigam os seus clientes a almoçarem offline ao mesmo tempo que começa a ganhar corpo um movimento entre artistas de todo o mundo que proíbe o uso de smartphones nos seus concertos, mesmo naqueles que se realizam em grandes espaços e ao ar livre.
Mais uma vez evoluiremos obrigados pelos outros, ao ritmo da proibição ou novamente atraídos pela vaidade de ser diferentes.
A vaidade é realmente um defeito muito apreciável, porque através dela estamos constante a manipular o ser humano. Usando-a pensamos manipular os outros, mas não seremos nós os verdadeiros manipulados em vez de manipuladores?
GAVB
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