Nunca pensei que a nobre
profissão de professor chegasse a tamanho estado de impopularidade, mas a
verdade é que o resultado da sondagem aos jovens portugueses sobre os seus
desejos profissionais não deixa dúvida: ser
professor? Nem pensar?
Por que razão chega esta profissão a
este estado de impopularidade? Em primeiro, lugar, porque os jovens cresceram a
ouvir que há professores a mais em Portugal; depois porque a sua
consideração/estatuto social diminuiu imenso nos últimos trinta anos.
Além
disto acresce o facto, não menos importante, dos alunos terem uma longa
experiência de convívio com a profissão docente e por isso serem uns ótimos
avaliadores das suas (des)vantagens profissionais, económicas, sociais e afetivas.
Aqueles que passam a vida a dizer
que os professores têm uma ótima vida deviam perguntar aos seus filhos por que
razão não querem eles ser professores, se é algo tão bom, tão rentável, tão fácil?
A verdade é que a profissão se degradou a todos os níveis e os jovens querem ser
tudo, menos professor. E note-se que não há nenhuma profissão que eles conheçam
melhor os meandros…
Além de fazer refletir a
sociedade em geral, que tanto desconsidera os professores, e os políticos em
particular, que os dececionam, esta eloquente sondagem deve fazer pensar os
professores. A maneira como estão a exercer a sua profissão tornou-a muito
desinteressante para os seus alunos de tal modo que quase ninguém almeja
tornar-se docente. O famoso espírito de missão é coisa que nada diz aos jovens.
Os professores (especialmente
aqueles que ainda estão a meio daquilo que outrora se chamou carreira) deviam
ponderar optar por outro percurso profissional. Nesta profissão só somarão
desilusões, desgaste físico e psicológico e a probabilidade de serem infelizes
será grande.
Quando estão sempre com dúvidas
sobre a tua competência, quando acham que és irrelevante e não mereces ter uma
carreira, o melhor é partires para onde te façam novamente feliz.
GAVB
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