Quando os alunos do 10.º ano voltarem à escola, em Setembro,
podem ser confrontados com a possibilidade de escolherem um desenho curricular
inovador: um quarto das disciplinas pode pertencer a outro curso que não aquele que escolheram.
É
bem capaz de ser possível a um aluno das Ciências Sociais incluir no seu
currículo disciplinas como Biologia, Oficinas de Artes, Grego ou Literatura...
desde que a escola lhe proporcione essa escolha.
Este é um dos aspetos mais inovadores da badalada
flexibilidade curricular que a partir do próximo ano letivo se alargará a todas
as escolas. No entanto convém perceber que o aluno apenas poderá aceitar uma
proposta curricular flexível da escola e não ele próprio desenhar um currículo a seu belo prazer.
Cada escola fará a gestão dos seus 25% de liberdade e flexibilidade do
modo que entender.
Em teoria, parece-me uma ideia interessante, na medida em
que possibilitará a cada aluno abrir horizontes para áreas desconhecidas, além
de tornar a sua formação mais abrangente. Não deixava de ser confrangedor que,
por exemplo, os alunos das Ciências Sociais fossem muito competentes na sua área
e quase uns incultos no que diz respeito a artes, química ou biologia.
No entanto, o sistema precisa de tempo e muita paciência
para resultar. Creio que nos primeiros anos produzirá resultados incipientes e
muitas críticas surgirão. Por isso, acho importante que os diretores o
implementem com cautela e solidez, que os professores não o boicotem e,
sobretudo, que os alunos sejam peça fundamental na sua monitorização e
avaliação.
Daqui a três ou quatro anos, devem ser eles os primeiros a serem
ouvidos, para perceber se a ideia tem ou não pernas para andar.
GAVB
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