Ficaram mais de seiscentas vagas do quadro por preencher no
QZP7, ou seja, Lisboa e arredores deixaram de interessar aos professores do
quadro. A razão principal é o salário.
Mesmo para um professor do quadro, ou seja, inserido nessa carreira tão bem remunerada, lecionar em Lisboa não atrai. Pode Filinto Lima (que se acha competente para falar de tudo e mais alguma coisa) dizer que são as zonas problemáticas ou os sindicatos acharem que é o interior. Não é, é o salário. Ele é tão baixo para o custo de vida da capital portuguesa, especialmente se tiver que pagar casa e alimentação e transportes, que o professor se arrisca a pagar para trabalhar. Ora, como ninguém é tonto, procura um local onde lhe paguem pelo trabalho e não seja ele a pagar para trabalhar.
Mesmo para um professor do quadro, ou seja, inserido nessa carreira tão bem remunerada, lecionar em Lisboa não atrai. Pode Filinto Lima (que se acha competente para falar de tudo e mais alguma coisa) dizer que são as zonas problemáticas ou os sindicatos acharem que é o interior. Não é, é o salário. Ele é tão baixo para o custo de vida da capital portuguesa, especialmente se tiver que pagar casa e alimentação e transportes, que o professor se arrisca a pagar para trabalhar. Ora, como ninguém é tonto, procura um local onde lhe paguem pelo trabalho e não seja ele a pagar para trabalhar.
Nos últimos anos, o Ministério da Educação tem tentado
conter este abandono dos professores do quadro da zona de Lisboa, “obrigando”
os contratados a penar na capital, sobretudo através da alteração das regras do
concurso de colocação de professores, em regime de mobilidade interna, fazendo sair em momentos diferentes as
colocações dos horários completos e incompletos.
É claro que os professores
contratados não têm escolha e muitos sujeitam-se a ter um rendimento mensal inferior ao ordenado mínimo para não perderem anos de serviço e desse
modo continuarem a acalentar a esperança de entrar para a carreira docente.
Outros já desistiram de tal ideia e procuraram outra profissão.
O problema de base é o mesmo que está na génese da luta dos professores
– os baixos salários de uma parte significativa da classe. Se o professor
trabalha perto da sua residência, ele ainda consegue sustentar-se e à
sua família, mas se tem de ir viver para Lisboa ou Porto, arcando com todos os
custos de uma deslocalização forçada, então o mais sensato é concorrer para
outro lado.
A sociedade portuguesa tem desconsiderado os professores,
nos últimos anos. Acham que trabalham pouco e ganham muito. O tempo e as
circunstâncias tratarão de fazer justiça a uns e dar uma lição a outros. Terão
cada vez menos professores, tê-los-ão pior preparados e muito menos disponíveis para os
vossos filhos. Haverá tempo em que pagarão muito mais por gente bem menos
competente. E é bem possível que em certas zonas do país (não necessariamente
no interior), os lugares a concurso fiquem vazios.
GAVB
menos bem preparados, se faz favor...
ResponderEliminarPensei o mesmo. Isto já roça a gabarolice.
EliminarNão fogem, simplesmente são de outras terras e tb tem direito a tentar lá voltar. Em 14 anos, NUNCA ESTIVE NUMA ESCOLA em que os docentes fossem NA SUA MAIORIA naturais dessa zona. É LISBOA é o exemplo mais real.
ResponderEliminarQuem pode ir para Lisboa com um salário líquido de pouco mais de mil euros e pagar uma renda de 700 mais alimentação e transportes?!
ResponderEliminarTens toda a razão!!!
EliminarNão é só com os professores que este fenómeno está a acontecer.Outros profissionais começam a reconhecer as vantagens de se viver fora dos grandes centros urbanos e preferirem lugares mais calmos onde já existem boas e até muito boas infraestruturas. É só aguardar uns anitos e o movimento passará a ser inverso " êxodo urbano".
ResponderEliminarA história fará o seu percurso e todos vão poder lamentar o tratamento muitas vezes indigno com que muitos tratam os professores. As consequências podem lesar seriamente Portugal, a qualidade dos seus cidadãos e de uma maneira muito particular o bem-estar da sua economia. Lamento pensar assim, mas será, provavelmente, a realidade que nos espera.
ResponderEliminarPasso mais por um quarto no Algarve do que pela minha casa em Lisboa! Já para falar que em julho dormimos no carro, pois não há quem queira alugar a professores.
ResponderEliminarSimplesmente excepcional. Retrato que tenho feito mas que poucos querem crer. Uma vergonha nacional. Se copiassem o modelo espanhol,nada disto acontecería.
ResponderEliminarÉ uma vergonha aquilo que os professores ganham!!!!
ResponderEliminarUma miséria para arurar alunos indisciplinados e diretores prepotentes que todos os meses acrescentam ao seu ordenado razoável 700 euros e não aturam alunos!!! mensais