Sempre pensei que Cristiano Ronaldo acabaria a carreira no Real Madrid, pois o colosso espanhol era o único capaz de de lhe oferecer a imortalidade futebolística, tornando-o numa lenda do futebol e não «apenas» no melhor jogador português de futebol de sempre.
Ao que parece Ronaldo cansou-se de ser desconsiderado pelo seu presidente e este já não espera mais do português.
É verdade que Ronaldo já passou os trinta e três anos, já ganhou tudo o que queria ganhar e a sua velocidade e resistência não são as de um jogador de vinte e sete anos, mas o seu espírito continua indomável e o orgulho em ser o melhor também.
Talvez Florentino Perez não se tenha apercebido bem de quanto Ronaldo foi a âncora do Real Madrid na última década, como levou a equipa às costas tantas vezes e como o seu orgulho, virtuosismo e desejo de ultrapassar os próprios limites levaram o Real Madrid a um patamar de conquista impensável há cinco anos.
Há um mês era uma questão de dinheiro, hoje é uma questão de orgulho. Ronaldo irá para Itália para voltar a sentir-se desejado, feliz, especial. Será em Turim que o melhor jogador português de todos os tempos viverá os últimos anos da sua carreira.
Ele, que sempre se alimentou de rivalidades, terá no atual presidente do Real Madrid a melhor das motivações para se manter no topo do Olimpo futebolístico. E ao contrário do que acontecia em Madrid não precisará de carregar com a equipa, porque a equipa se encarregará de o amparar.
Mudará ainda mais a sua maneira de jogar, mas creio que será tão mortífero como até aqui e encarará esta mudança como um último e grandioso desafio à sua extraordinária carreira.
Acredito que nos próximos anos teremos um Ronaldo vintage, daqueles que a Sogrape produz, sob o nome de Barca Velha.
Gabriel
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