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quinta-feira, 19 de julho de 2018

COCA CERTIFICADA



Não há nada como um produto genuíno, com qualidade certificada. 
Fartinhos de consumir produtos de marca branca andamos nós o ano inteiro. Bolachas, gelados, produtos de higiene, roupa, cereais, bebidas... 
Não há paciência e saúde para produtos sem marca registada, próprios de uma economia gananciosa, com aparência de caridosa, e que não privilegia a qualidade.

Deve ter sido com este pensamento que os organizadores do Boom Festival, em Idanha-A-Nova resolveram prestar um serviço de qualidade a todos os seus participantes. No interior do recinto do festival só é admitida droga de qualidade, ou seja, devidamente certificada. Faz sentido, pois o festival têm uma reputação a defender, além de que nos últimos seis anos já morreram quatro pessoas por causa do consumo de droga adulterada, durante a semana em que decorre o festival.

Como proibir o consumo de droga está totalmente fora de questão, pois isso matava todo o élan e interesse do Boom Festival (são esperadas mais de trinta mil pessoas oriundas de toda a Europa), a organização decidiu criar um “serviço de controle da qualidade de droga”, em colaboração com a Faculdade de Psicologia da Universidade Católica do Porto e do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos, que depende do Ministério da Saúde, ou seja, estamos perante uma certificação de altíssima qualidade, pois traz o selo científico e legal. 
Outra coisa não seria de esperar de um evento com mais de duas décadas de existência e cujo passe de entrada ultrapassa os cento e cinquenta euros.
Finalmente, alguém que tem sentido prático e adapta os comportamentos às necessidades dos seus clientes. Em Idanha-A-Nova, na próxima semana, droga, só de qualidade e com selo de garantia.
GAVB

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