«Não queremos fazer aquilo que já foi feito antes. Se
tivermos de chegar ao extremo de fazer uma paralisação pela quarta vez na nossa
história, faremos de forma diferente do que foi feito até agora. (…) Não vamos fazer
aquilo que aconteceu em setembro do ano passado, quando o PS disse aos juízes
para pararem porque quando o projeto chegasse ao Parlamento iam discutir tudo.
Mas depois, quando fomos bater à porta do PS para cobrar o compromisso que
tinham connosco disseram-nos que que não havia nada para discutir.»
«Enquanto não discutirem connosco o problema das carreiras
não há acordo. O Estatuto não é uma peça que se possa partir e dizer que se faz
uma revisão, aumentando os deveres, diminuído os direitos e depois recusando
uma conversa sobre uma coisa que é absolutamente razoável e que todos dizem que
temos razão.»
«Diz-nos o Presidente da República, que reuniu connosco meio
às escondidas, tendo pedido reserva. Parece não estar muito interessado em que
o problema se resolva. Os partidos dizem que temos razão tal como a senhora
ministra da Justiça. Penso que uma ministra que admite que há um problema e não
o resolve não está lá a fazer nada.» Manuel Soares, Presidente da Associação
Sindical dos Juízes.
Não, não é Mário Nogueira, mas o presidente de um sindicato
de juízes. Se calhar suscita mais respeito, mas as reivindicações são as mesmas,
apesar de os salários não o serem.
Manuel Soares ameaça diretamente o governo e não me parece
que esteja a brincar.
Agora é que o valente Miguel Sousa Tavares devia transformar a sua verborreia odiosa contra os professores em algo de semelhante contra os juízes, tal como o cronista Rodrigo
Moita de Deus (“O Último Apaga a Luz”, RTP).
É nestes momentos que espero que o
corajoso primeiro-ministro que nos governa se dirija ao juiz Manuel Soares e
lhe diga:
- O teu aumento? A tua progressão na carreira? Investi tudo
em alcatrão, no IP3. Há mais de trinta anos que lá morrem pessoas, mas só agora
me lembrei disso. Sabes tu há quantos anos as construtoras, o famoso lobby do
cimento, não faturam com um governo do PS? Desde o tempo do Sócrates, com o
Parque Escolar, da Maria de Lurdes Rodrigues.
GAVB
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