Trump foi à nova e caríssima sede
da NATO (custou mais de mil milhões de euros!!!) dizer aos seus aliados (na
verdade, clientes) que andam a gastar muito pouco em armas e que tal
política não podia continuar, porque a economia americana assim não se
desenvolve como ele projetou.
Obviamente deu o exemplo do amigo Putin que
cumpre o estipulado, ao mesmo tempo que mandou o recado ao líder chinês, esse
grande maluco que também se esqueceu de lhe comprar o armamento acordado.
Se há coisa de que não podemos
acusar Trump é de hipocrisia. Ele é um burgesso assumido. Ao contrário do que
alguns jornais referem, talvez por hábito de educação que Trump desconhece, o
presidente norte-americano não foi a Bruxelas «pedir», nem sequer «lembrar»,
mas tão-somente «ordenar». Só assim se entende as palavras do presidente da
Comissão Europeia que lembrou a Trump que deve respeitar os seus aliados. No entanto,
todos nós sabemos que pedir respeito a Trump é tão inútil quanto ridículo. Para o
líder dos conservadores norte-americanos, os aliados são clientes e serão tanto
mais considerados quanto mais gastarem. E até já fez a conta: 4% do PIB. Uma
enormidade.
Apesar de quase tudo em Trump ser lamentável
e condenável, há um pequeno «pormaior» a ter em conta: aquilo que Trump
reivindica é o cumprimento de um acordo. Tácito ou escrito, um acordo é um
acordo e a verdade é que ninguém teve coragem de dizer a Trump que nada daquilo
estava combinado.
E talvez o mais triste seja isto: os mais poderosos e cultos
(???) países do mundo pensaram gastar balúrdios em armas. E obviamente que
terão que as descarregar em alguma Síria desta vida, porque só assim podem
comprar mais e mais. Depois acham que não têm nada a ver com o desespero dos
migrantes no Mediterrâneo!
P.S. Portugal gasta 1,24% do seu
PIB com a Defesa. António Costa foi a Bruxelas e ouviu caladinho o puxão de
orelhas: até 2024 vai ter que aumentar uma décima por ano o orçamento para a Defesa, de modo a cumprir a meta dos 2% do PIB.
Ouviu e calou, porque os líderes da NATO não
são os professores. Também aqueles que acham que os professores andam a pedir a
lua devem ter gostado da ideia: daqui a seis anos estaremos a gastar mais 50%
em armas do que gastamos atuamente. Ninguém vai contestar esta progressão alucinante, na
carreira, destes anjos da morte.
Estão a imaginar Costa a dizer
que, daqui a seis anos, os gastos com a Educação (ou com a Justiça ou com a
Saúde) tinham aumentado 50%... era a loucura!
Adoro gente que gosta de comer
gelados com a testa. Trump não para de os fabricar.
GAVB
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