O processo está em marcha e não demorará muito tempo: daqui a uma década, se o tão desejado fluxo turístico à Invicta continuar, os portuenses serão uma espécie tão rara na sua própria cidade que ainda os convertem em atração turística.
É bom ter turistas e não apenas do ponto de vista económico ou de visibilidade exterior, mas é necessário ter um plano organizado para incorporar o turismo no tecido social da cidade, para que daqui a uma década não ter de criar um plano de emergência para proteger essa espécie em vias de extinção que será o portuense.
O problema, que se adivinha, irá assolar a identidade da cidade do Porto, já o sente Veneza ou Dubrovnik, Pamplona ou até Lisboa. É preciso perceber que a cidade atrai turistas pela sua atmosfera única, pelo rio, pelo vinho e pelas pessoas. Os turistas querem interagir com o portuense e não com outros turistas. Quando isso deixar de acontecer, o Porto torna-se uma cidade artificial, igual a muitas outras, espalhadas pela Europa.
No meu entender, é fundamental não expulsar os portuenses das zonas históricas, não lhes alterar os hábitos enraizados de uma maneira absurda e desrespeitosa. Não é bom submeter tudo aos interesses turísticos. A edilidade deve também preocupar-se com as necessidade dos portuenses e fazer opções de governo em que fique claro que atua para os portuenses antes de tudo.
A norte, o exemplo da cidade do Porto será determinante para outras cidades, como Aveiro ou Viana do Castelo. Também por isso, o atual Presidente de Câmara tem uma responsabilidade que extravasa as fronteiras do seu concelho.
Seria tão bem sentir que o Porto continuará a ser uma cidade orgulhosa, nobre e... Invicta.
GAVB
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