O Estado fez questão de anunciar que reduziu as vagas ao acesso ao ensino superior, em Lisboa e Porto, para reforçar a oferta no interior. É apenas meia verdade, porque um terço dessas vagas libertadas continua no litoral: Braga, Coimbra e Aveiro, ganharam mais de trezentos novos lugares de acesso.
O interior não atrairá universitários por decreto, mas pela qualidade da sua oferta, quer a nível de cursos com alta taxa de empregabilidade quer ao nível da qualidade do corpo docente quer ao nível da oferta formativa.
Quando o interior do país tiver os melhores cursos em áreas como Turismo, Marketing, Economia Empresarial, Engenharia de Produção Industrial ou Biotecnologia, os alunos aparecerão.
Enquanto esse tempo não chega o governo português podia dedicar-se a algo que realmente pode influenciar: a ação social escolar. Mais de metade dos alunos universitários portugueses têm de pagar casa, além de propinas e livros, pois são alunos deslocados do seu agregado familiar.
Construir residências universitárias ou permitir às famílias a dedução total, em sede de IRS, de todo o dinheiro gasto com habitação, por parte dos alunos universitários que, comprovadamente, não tenham opção de ensino superior na sua área de residência, era, de facto, uma medida de valor, arrojada e eficaz.
Ao que parece as ideias de investimento na área da educação passam mais por despejar dez milhões de euros no «impoluto» grupo de colégios privados GPS. Opções que se orientam!
GAVB
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