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sábado, 30 de junho de 2018

O GOVERNO É MUITO BOM A PROMETER AQUILO QUE NUNCA PENSOU CUMPRIR




Estão cumpridos três dos quatro anos do mandato do governo português, que teve uma conjuntura política, económica e social muito favorável, apesar de ser um governo minoritário.
         Contou com uma presidente da República colaborante como nenhum outro governo teve; contou com uma oposição de direita muito suave, até porque houve mudança de líder no maior partido da posição; contou com uma ajuda enorme dos partidos de esquerda, quer a nível parlamentar quer a nível da não existência de conflitualidade social. Os sindicatos nunca foram tão mansos!
         Ao mesmo tempo que contava com as boas graças da generalidade da imprensa, o governo português não baixava a carga fiscal e até teve a lata de aumentar alguns impostos indiretos, aproveitando a descida ocasional dos preços do petróleo. Enquanto isto acontecia economia gerou emprego e retirou-lhe pressão social.
        
Desde que assumiu o poder, o governo do partido socialista foi-se comprometendo (de uma forma dúbia, é certo) com alguns dos seus funcionários (enfermeiros, oficiais de justiça, professores) a atender algumas das suas reivindicações, ainda que de um modo faseado, para não comprometer a saída da fase de recobro em que Portugal se encontrava face aos seus parceiros europeus.
De uma maneira paciente, aqueles que trabalham diretamente para o Estado português esperaram que o governo honrasse os seus compromissos. A um ano de terminar funções, o governo diz que não o fará! Timidamente ainda ensaiou a estafada justificação do «não há dinheiro», mas como foi rapidamente contraditado, passou à argumentação do «não podemos comprometer o futuro» como se não se esses encargos não fossem esperados pelos compromissos assumidos perante professores, enfermeiros, oficiais de justiça, polícias… com se esses encargos não decorressem da estrutura das carreiras públicas.


Na verdade, o governo português nunca teve a intenção de cumprir a sua palavra. Na melhor das hipóteses, o governo português andou três anos a amealhar através de altíssimos impostos e derrogando o cumprimento de promessas para usar essas verbas como cenourinha eleitoral como se o povo fosse um coelho estúpido que acreditará piamente em quem lhe mentiu repetidamente.
Acha o governo que só precisa de escolher um coelho diferente. Haverá alguém que queira fazer de estúpido?

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