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segunda-feira, 4 de junho de 2018

PERDÃO DA DÍVIDA SALARIAL



Começa a ficar clara a estratégia do governo para a próxima campanha eleitoral: declarar as contas saldadas com os professores pagando apenas 30% do valor em dívida.
Seria fantástico que qualquer português pudesse ficar dez anos sem pagar o aumento da renda da casa, da luz, da água, dos transportes públicos, da gasolina (Como seria maravilhoso!) e no final se dirigisse ao seu credor com a seguinte proposta: ‘Vamos acertar contas! Juros do que lhe devo? Nem pensar! Pago-lhe 30% do que lhe devo e ficamos quites. Amanhã, o senhor passa-me uma declaração de que nada lhe devo, para entregar nas finanças. E não diga que vai daqui! Ou isto ou nunca mais lhe pago!’

Não seria fantástico, seria apenas desonesto e uma grande canalhice. Foi aquilo que senti com a proposta que o governo português fez aos sindicatos de professores. É bem pior que uma ignóbil chantagem, é uma indignidade que merece desprezo e revolta.

Em política, não se devem negociar propostas desonestas e aviltantes. O que há a fazer é dar-lhes a única resposta que um patrão destes merece: reduzir o nosso voto neste governo a 30% do seu merecimento. Como cada um de nós só tem direito a um voto…

Obviamente, a chantagem do Ministério da Educação é ridícula. Vai contar os dois anos e nove meses ou até os três anos para todos os professores, o que se traduzirá na subida de um escalão para quase todos os docentes, mas no roubo de dobro do tempo de serviço que será reposto. 
Em alguns casos, esse roubo será definitivo e terá efeito nas reformas da classe docente de forma permanente.
Não colhe o argumento de dizer que não há dinheiro. O que há são opções. Este e outros governos optaram sempre por encharcar os bancos do dinheiro que foram negando aos salários dos funcionários públicos e ao aumento da qualidade dos serviços. 
A uns meses das eleições, vem o governo do PS com a conversa de sempre, os argumentos do século passado… por isso há que lhes dar a única resposta possível – aplicar a fórmula do pagamento da dívida salarial ao voto eleitoral. 
Ou aceitam 30% ou… nada!
GAVB

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