Começa a ficar clara a estratégia do governo para a próxima
campanha eleitoral: declarar as contas saldadas com os professores pagando
apenas 30% do valor em dívida.
Seria fantástico que qualquer português pudesse ficar dez
anos sem pagar o aumento da renda da casa, da luz, da água, dos transportes públicos,
da gasolina (Como seria maravilhoso!) e no final se dirigisse ao seu credor com
a seguinte proposta: ‘Vamos acertar contas! Juros do que lhe devo? Nem pensar!
Pago-lhe 30% do que lhe devo e ficamos quites. Amanhã, o senhor passa-me uma
declaração de que nada lhe devo, para entregar nas finanças. E não diga que vai
daqui! Ou isto ou nunca mais lhe pago!’
Não seria fantástico, seria apenas desonesto e uma grande
canalhice. Foi aquilo que senti com a proposta que o governo português fez aos
sindicatos de professores. É bem pior que uma ignóbil chantagem, é uma indignidade
que merece desprezo e revolta.
Em política, não se devem negociar propostas desonestas e
aviltantes. O que há a fazer é dar-lhes a única resposta que um patrão destes
merece: reduzir o nosso voto neste governo a 30% do seu merecimento. Como cada
um de nós só tem direito a um voto…
Obviamente, a chantagem do Ministério da Educação é
ridícula. Vai contar os dois anos e nove meses ou até os três anos para todos os professores, o que se traduzirá na subida de um escalão para quase
todos os docentes, mas no roubo de dobro do tempo de serviço que será
reposto.
Em alguns casos, esse roubo será definitivo e terá efeito nas
reformas da classe docente de forma permanente.
Não colhe o argumento de dizer que não há dinheiro. O que há
são opções. Este e outros governos optaram sempre por encharcar os bancos do
dinheiro que foram negando aos salários dos funcionários públicos e ao aumento da
qualidade dos serviços.
A uns meses das eleições, vem o governo do PS com a
conversa de sempre, os argumentos do século passado… por isso há que lhes dar a
única resposta possível – aplicar a fórmula do pagamento da dívida salarial ao voto eleitoral.
Ou aceitam 30% ou… nada!
GAVB
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