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quarta-feira, 20 de junho de 2018

REFUGIADO EM PORTUGAL? SÓ COM VISTO GOLD


No Dia do Refugiado ficamos a saber os dados sobre os refugiados em Portugal, com especial destaque para os vistos concedidos e… recusados. 64% dos pedidos de asilo feitos a Portugal, em 2017, foram recusados. No ano transato só foram concedidos 500 estatutos de proteção internacional, o que faz de Portugal um dos países europeus que mais recusa o estatuto de asilo aos refugiados que procuram a Europa.

Paralelamente, o estado português concedeu 2678 vistos gold em 2017. Trata-se do número mais alto de vistos gold concedidos, desde que este projeto entrou em vigor, há cinco anos.
Os vistos gold não criam emprego mas dão um lucro fabuloso e favorecem muito a corrupção e o livre acesso ao território europeu a gente que pode pagar, mas que não estava nada certa de poder entrar de outro modo. 
Os vistos gold sempre me pareceram aquilo que a eurodeputada Ana Gomes classificou como “um esquema de prostituição das cidadanias europeias”.
Não é possível consultar a lista dos nomes destes generosos investidores estrangeiros, mas não custa nada perceber a razão por que se prestam a pagar 500 mil euros para residirem em Portugal. Querem circular à vontade, em solo europeu. Para fazer o quê? Não lhes fazemos perguntas, desde que paguem. E também não publicitamos os seus nomes, moradas, residências, registos criminais, interesses comerciais...

Já um refugiado, ou seja, um pobre que foge à guerra ou à miséria ou às máfias que tomaram conta do seu país, é recambiado porque não tem como pagar. Talvez se fosse traficante pudesse entrar… quer dizer, pagar.
A nossa humanidade caminha na mesma direção da nossa dignidade – para o abismo. Por isso recordo, um escritor espanhol do século XVI: “Quando perdes a dignidade por causa de um negócio, acabarás por perder o negócio e a honra.”
GAVB

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