Parece que Portugal quer receber
os imigrantes do navio Lifeline, que navega há uma semana no Mediterrâneo, cheio
de imigrantes, que Malta e Itália se recusam a receber. Quer fazer bonito, mas
talvez não fosse má ideia começar por arrumar a sua própria casa antes disso.
Na noite de São João, uma colombiana foi barbaramente agredida por um fiscal ao
serviço dos S.T.C.P. (Serviços de Transporte Coletivos do Porto), numa
manifestação de racismo, crueldade, desumanidade, que envergonha os STCP e o
próprio país.
O relato da vítima, de algumas
testemunhas, o vídeo a circular na internet deixam poucas dúvidas sobre o
acesso de ódio racista que aquele funcionário da empresa de segurança 2045, a
fazer serviço para os STCP, teve, na madrugada do dia 23 para 24 de junho.
“Tu aqui não entras, preta de merda!”; “Pretas, vão apanhar o autocarro
para a vossa terra”, “Estes pretos não aprendem..” – foram estas algumas
das frases do fiscal dos STCP enquanto agredia barbaramente uma jovem
colombiana, até pôr os joelhos em cima dela como se de um troféu se tratasse.
A intervenção deste energúmeno
surge na sequência de um desentendimento sobre a prioridade numa fila de espera
do autocarro, no centro da cidade do Porto, durante a madrugada do dia de São
João. Sem vergonha, sem nunca ser impedido por nenhuma das várias testemunhas,
num misto de cobardia e medo, o segurança da 2045 exibiu toda a sua
animalidade.
Infelizmente, passados três dias
após este odioso crime, nem polícia, nem STCP, nem a empresa de segurança 2045
se dignaram a dar uma palavra, uma satisfação, um pedido de desculpa. O caso
também não foi reportado pela imprensa sensacionalista, nem apareceram os
famosos “Alerta CM”.
Trump mete crianças imigrantes, pobres e de cor em jaulas;
em Portugal, há alguma imprensa que mete o racismo que se faz no país, na
secção das «não notícias» enquanto os dirigentes preferem passar o seu tempo
entre um aperto de mão a Putin e outro a Trump.
Portugal e os portugueses são bem
melhores que uns marginais racistas que usam indevidamente uma farda ou uns hipócritas
que praticam a caridadezinha com o pretinho, coitadinho, ao bom estilo do
Estado Novo.
GAVB
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