Quando a Fenprof marcou a sua
greve fofinha para as reuniões de avaliação que podem esperar até julho, eu e
muitos professores insurgiram-se contra aquela maneira “caviar” de protestar.
Felizmente o recém-criado sindicato de professores (S.To.P. – Somos Todos Professores)
viu o óbvio – a oportunidade e a eficácia eram «agora», nas reuniões de
avaliação que têm prazos apertados de consumação. E também era agora, porque era
mais que expectável que da última reunião dos sindicatos com o governo
resultasse a «mão cheia de nada» de sempre.
Uma imensa maioria de professores
está revoltada, mas age muito pouco. Os sindicatos do sistema têm ajudado, e
muito, a esta inércia, com as suas formas de luta clássicas, que não surpreendem
nem se têm revelado eficazes.
Ainda durante o dia de hoje,
muitos professores diziam que a greve tinha sido suspensa, como se a Fenprof
fosse a única entidade sindical como capacidade para marcar greves. Pela
Fenprof, os professores estavam hoje a assinar as atas de reuniões dos 9.º,
11.º e 12.º anos, como cordeirinhos, que obedecem ao pastor. Não precisamos
desse tipo de sindicalismo.
Precisamos de gente ativa e apenas comprometida com
os interesses dos professores.
Obviamente que a Fenprof é a
maior, a mais experiente e influente força sindical dos professores
portugueses. Até agora prestou bons serviços à classe, mas parece-me parada no
tempo. Um sindicato tem que ser capaz de surpreender a entidade patronal, de a
fazer cometer erros estratégicos, de mobilizar outros grupos profissionais, de
captar a simpatia da população. Se está cansada, se está gasta, se não tem
ideias… dá a vez aos novos, como devia ser uma tradição da casa… e não é.
Na página da Fenprof vejo que a
Federação dos Médicos (FNAM) saúda a luta dos professores, ao passo que os
polícias e os funcionários judiciais juntam-se às reivindicações dos
professores.
Afinal parece que há mais gente a sentir que o governo falhou à
palavra dada e quer lutar. O objetivo desta luta não é fazer sangue, colocar as
finanças do país em perigo ou «sacar» privilégios únicos para a classe docente,
mas «apenas» restabelecer alguma justiça, com o dinheiro que sabemos que existe
e em quantidade suficiente para remunerar justamente quem foi mais castigado
com o programa de reajustamento da troika.
GAVB
Nao interessa dividir, mas sim unir para o mesmo objetivo. Todos juntos somos mais fortes!
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