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quinta-feira, 7 de junho de 2018

OS PROFESSORES ESTÃO NA LUTA PORQUE ALGUÉM FEZ STOP A GREVES FAZ-DE-CONTA



Quando a Fenprof marcou a sua greve fofinha para as reuniões de avaliação que podem esperar até julho, eu e muitos professores insurgiram-se contra aquela maneira “caviar” de protestar. 
Felizmente o recém-criado sindicato de professores (S.To.P. – Somos Todos Professores) viu o óbvio – a oportunidade e a eficácia eram «agora», nas reuniões de avaliação que têm prazos apertados de consumação. E também era agora, porque era mais que expectável que da última reunião dos sindicatos com o governo resultasse a «mão cheia de nada» de sempre.

Uma imensa maioria de professores está revoltada, mas age muito pouco. Os sindicatos do sistema têm ajudado, e muito, a esta inércia, com as suas formas de luta clássicas, que não surpreendem nem se têm revelado eficazes.

Ainda durante o dia de hoje, muitos professores diziam que a greve tinha sido suspensa, como se a Fenprof fosse a única entidade sindical como capacidade para marcar greves. Pela Fenprof, os professores estavam hoje a assinar as atas de reuniões dos 9.º, 11.º e 12.º anos, como cordeirinhos, que obedecem ao pastor. Não precisamos desse tipo de sindicalismo. 

Precisamos de gente ativa e apenas comprometida com os interesses dos professores.
Obviamente que a Fenprof é a maior, a mais experiente e influente força sindical dos professores portugueses. Até agora prestou bons serviços à classe, mas parece-me parada no tempo. Um sindicato tem que ser capaz de surpreender a entidade patronal, de a fazer cometer erros estratégicos, de mobilizar outros grupos profissionais, de captar a simpatia da população. Se está cansada, se está gasta, se não tem ideias… dá a vez aos novos, como devia ser uma tradição da casa… e não é.

Na página da Fenprof vejo que a Federação dos Médicos (FNAM) saúda a luta dos professores, ao passo que os polícias e os funcionários judiciais juntam-se às reivindicações dos professores. 
Afinal parece que há mais gente a sentir que o governo falhou à palavra dada e quer lutar. O objetivo desta luta não é fazer sangue, colocar as finanças do país em perigo ou «sacar» privilégios únicos para a classe docente, mas «apenas» restabelecer alguma justiça, com o dinheiro que sabemos que existe e em quantidade suficiente para remunerar justamente quem foi mais castigado com o programa de reajustamento da troika.
GAVB

1 comentário:

  1. Nao interessa dividir, mas sim unir para o mesmo objetivo. Todos juntos somos mais fortes!

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