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sábado, 7 de setembro de 2019

FENPROF NÃO CONSEGUE COLOCAR A EDUCAÇÃO NO DEBATE ELEITORAL

Perdida a maior das batalhas, recuperação total do tempo de serviço, a Fenprof (maior organização sindical de professores) esmoreceu por completo. Parece que não há outros temas que preocupam os professores, mas há.

Começando pela carreira: o estrangulamento da progressão dos professores e educadores, em dois escalões nevrálgicos não seria matéria de luta e negociação?

Os professores deslocados não mereciam uma reivindicação acérrima e decidida, pelo pagamento de um subsídio de alojamento e transporte ou, em alternativa, pela disponibilização de casas camarárias, para habitação temporária, durante o período letivo?

É incrível como Mário Nogueira deixou que o sonso do primeiro-ministro tomasse a dianteira e sugerisse que ia resolver o problema /injustiça dos professores do 1.º ciclo que trabalham mais horas que os seus colegas do segundo e terceiro ciclos.
Nogueira não consegue explicar à opinião pública os perigos da municipalização da educação, implementada sorrateiramente pela máquina socialista. 
Em suma, A Fenprof não consegue trazer a Educação para o debate eleitoral.

Para todos os partidos, a educação é uma espécie de material radioativo, que preferem ignorar com receio de contaminação. 
No passado os partidos procuravam a opinião dos professores, faziam questão ter alguns em lugares de destaque nas suas listas. Hoje, fogem deles. Preferem não ter política de Educação, porque os professores querem sempre o mesmo. 

Essa imagem negativa que os professores têm na sociedade portuguesa resulta, na minha opinião, de dois erros crassos: manutenção do mesmo rosto sindical há vários anos; concentração reivindicativa na questão salarial. 
É preciso outra estratégia e novos dirigentes sindicais. Fazer da mesma maneira com as caras de sempre, só atrairá novas derrotas. E os professores estão cansados de perder.




segunda-feira, 10 de setembro de 2018

PCP E BLOCO DE ESQUERDA TAMBÉM ABANDONAM OS PROFESSORES

O PCP e o Bloco de Esquerda aceitaram a exigência do governo e não incluíram a questão do tempo de serviço dos professores na negociação do Orçamento de Estado. 
Catarina Martins afirma mesmo: «Pela nossa parte é matéria que não voltaremos no próximo Orçamento» enquanto Jerónimo tem a lata de dizer que "no Orçamento de Estado não se discutem aumentos salariais. O PCP não é uma organização sindical, não assume um papel sindical, isso compete aos sindicatos".

Que desilusão e que traição! Desistiram de lutar pelos direitos de milhares de trabalhadores. Afinal não é o PS que cede ao capital e aos interesses da Direita, mas o próprio PCP e Bloco que tanto se vangloriam em ser guardiões das lutas dos trabalhadores. 
Que Jerónimo não venha mais reivindicar os louros do aumento do salário mínimo, porque afinal o PCP não anda a discutir aumento de ordenados no OE. 
A esquerda portuguesa capitulou. Não adianta pedir votos, se não estão no Parlamento para lutar por quem apenas quer ver reconhecido o seu tempo de serviço. Incapazes de vergar o PS quando este mais frágil estava, o PCP e o Bloco mostram fraqueza e cobardia.

Fica claro para os professores que apenas devem contar com a força das suas razões e das suas ideias. A Fenprof seguirá as ordens da Intersindical e esta depende do PCP. Nada podemos esperar de quem mostra não ter força nem vontade para abraçar a causa dos professores. 

O último Orçamento de Estado do governo minoritário do PS faz a prova que faltava: a falsidade e a hipocrisia política não é um exclusivo da Direita.

A luta dos professores é mais do que a luta de uma classe profissional ou dos funcionários públicos. Os professores não procuram privilégios, mas apenas que a palavra dada pelos dirigentes seja cumprida, que aquilo que se aprovou na Assembleia da República seja respeitado. Como se verá com a aprovação deste OE, a reposição nos professores no escalão remuneratório adequado não é uma questão de dinheiro. Em ano de eleições, mais dinheiro vai ser gasto com a descida do IVA, com o aumento dos médicos, da polícia, dos enfermeiros, dos juízes e Magistrados. Todos terão o seu rebuçado, exceto os professores, pois tiveram a ousadia de enfrentar o governo.  

O PCP e o Bloco, afinal, são como os outros? Deixá-los. Não adiante contar  com ajuda de cobardes nem negociar com gente cínica, hipócrita e mentirosa. 
A hora dos professores há de chegar e isso talvez acontece mais depressa que a geringonça pensa. 
Algumas das mais belas flores nasceram no meio do entulho.
GAVB

quinta-feira, 7 de junho de 2018

OS PROFESSORES ESTÃO NA LUTA PORQUE ALGUÉM FEZ STOP A GREVES FAZ-DE-CONTA



Quando a Fenprof marcou a sua greve fofinha para as reuniões de avaliação que podem esperar até julho, eu e muitos professores insurgiram-se contra aquela maneira “caviar” de protestar. 
Felizmente o recém-criado sindicato de professores (S.To.P. – Somos Todos Professores) viu o óbvio – a oportunidade e a eficácia eram «agora», nas reuniões de avaliação que têm prazos apertados de consumação. E também era agora, porque era mais que expectável que da última reunião dos sindicatos com o governo resultasse a «mão cheia de nada» de sempre.

Uma imensa maioria de professores está revoltada, mas age muito pouco. Os sindicatos do sistema têm ajudado, e muito, a esta inércia, com as suas formas de luta clássicas, que não surpreendem nem se têm revelado eficazes.

Ainda durante o dia de hoje, muitos professores diziam que a greve tinha sido suspensa, como se a Fenprof fosse a única entidade sindical como capacidade para marcar greves. Pela Fenprof, os professores estavam hoje a assinar as atas de reuniões dos 9.º, 11.º e 12.º anos, como cordeirinhos, que obedecem ao pastor. Não precisamos desse tipo de sindicalismo. 

Precisamos de gente ativa e apenas comprometida com os interesses dos professores.
Obviamente que a Fenprof é a maior, a mais experiente e influente força sindical dos professores portugueses. Até agora prestou bons serviços à classe, mas parece-me parada no tempo. Um sindicato tem que ser capaz de surpreender a entidade patronal, de a fazer cometer erros estratégicos, de mobilizar outros grupos profissionais, de captar a simpatia da população. Se está cansada, se está gasta, se não tem ideias… dá a vez aos novos, como devia ser uma tradição da casa… e não é.

Na página da Fenprof vejo que a Federação dos Médicos (FNAM) saúda a luta dos professores, ao passo que os polícias e os funcionários judiciais juntam-se às reivindicações dos professores. 
Afinal parece que há mais gente a sentir que o governo falhou à palavra dada e quer lutar. O objetivo desta luta não é fazer sangue, colocar as finanças do país em perigo ou «sacar» privilégios únicos para a classe docente, mas «apenas» restabelecer alguma justiça, com o dinheiro que sabemos que existe e em quantidade suficiente para remunerar justamente quem foi mais castigado com o programa de reajustamento da troika.
GAVB

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A FENPROF ACORDOU TARDE PARA A VIDA E LEVOU UMA ABADA DE UM GOVERNO SONSO


É inconcebível que um sindicalista como Mário Nogueira tenha deixado correr o marfim e suspendido a luta dos professores a meio do 1.º período sem nada palpável nas mãos e agora diga que a luta é inevitável. O momento era a aprovação do Orçamento de Estado de 2018, quando o governo precisava dos votos do PCP para a aprovação e quando o executivo tremia com a agressiva luta dos enfermeiros.
Essa era a altura de Mário Nogueira mover as suas influências políticas e conseguir algo de substantivo para os professores. Não o fez e «foi comido de cebolada» pelo Houdini da política portuguesa. Era possível ter conseguido algo mais. A subida mínima de um escalão para todos, a troca dos anos não contabilizados pela antecipação da idade da reforma… ideias não faltariam.


Em janeiro, Mário Nogueira pede ideias aos professores, com se as formas de luta possíveis pudessem brotar de algum processo criativo. Ele sabe como ninguém que este ano está perdido e que o tempo de serviço dos anos do congelamento da carreira para lá caminha. 
Mário Nogueira quer os professores na rua em Junho, na altura dos exames e na antecâmara das negociações do próximo Orçamento de Estado. Mas isso é a estratégia do PCP, via CGTP, não aquilo que mais convém aos professores, a quem importa «apenas» a restituição dos seus direitos. Nessa altura já António Costa deve ter preparados os habituais rebuçadinhos Dr. Bayard para a tosse das primeiras chuvas reivindicativas de outono.
Vamos tarde e provavelmente já não a tempo, até porque temos contra nós, infelizmente, a opinião do Presidente da República. E isso é uma enorme desvantagem política e social. Que traição esta do "Celinho"!
Face aos dados políticos atuais, parece que a Fenprof irá apostar no confronto, mesmo sabendo que a reposição dos professores nos escalões respetivos será muito improvável (ainda que justa), pois o governo tem a famosa desculpa da equidade com as outras carreiras da função pública. Restar-nos-ia tentar outras formas de compensação (reforma, certificados de aforro...), mas isso talvez não seja lá muito espetacular e não renderia votos ao PCP.

GAVB