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quinta-feira, 21 de junho de 2018

O GOVERNO ESTÁ TENTADO A BRINCAR COM O FOGO. PODE SER QUE SE QUEIME.



Há mais de duas semanas em greve, os professores vão resistindo aos jogos de poder e contra-informação do Ministério da Educação. A firmeza dos professores, a clareza e a justiça das suas posições têm sido a melhor resposta a todas as tentativas de manipulação da opinião pública, dos pais, dos alunos e até dos professores.
Um por um, os falsos argumentos do governo vão caindo e sendo abandonados, para logo a seguir aparecer outro, em forma de ameaça, que segue o mesmo caminho dos anteriores, porque é muito difícil vencer gente determinada e com razão.

Primeiro veio o argumento que não havia dinheiro. Provou-se que há, que não é necessário tanto como o governo disse, e que os professores estavam dispostos a recebê-lo faseadamente.
Depois veio novamente o mito da carreira docente, onde toda a gente progride automaticamente sem avaliação. Miguel Sousa Tavares fez o papel de bobo da propaganda governamental e saiu-se mal.

Logo de seguida, a rábula da nota informativa / esclarecimento sobre a realização dos conselhos de turma, querendo obrigar os diretores a desobedecer à lei. Felizmente, a esmagadora maioria dos diretores não são moços de recados.
Seguiu-se a ameaça rasteirinha da Confap, ao bom estilo Trump, dando a entender que lidam com os professores como se fossem seus donos, teve o mesmo êxito que a nota informativa do Ministério.
Há pouco dias o Ministério da Educação suscitou a questão dos serviços mínimos na greve dos professores às reuniões de avaliação. Ainda está em aberto, mas no dia em que uma reunião de avaliação, para atribuir notas de alunos, for um serviço mínimo, é melhor os partidos acabarem com o direito à greve.

Ontem, António Costa disse no Parlamento que o único compromisso com o governo foi discutir o tempo e o modo do tempo de serviço a recuperar. Quem esteve na negociação entre professores e governo sabe que não foi isso que ficou assente. Mas a ser verdade aquilo que António Costa afirma, bastava ao primeiro-ministro ter proposto a recuperação de um mês de tempo de serviço, que a sua promessa já estava saldada.
Hoje, de maneira informal, o ME pediu a alguns jornalistas do «i» que escrevessem a genial solução que o ME prepara para resolver o problema dos alunos que não têm nota interna e têm forçosamente de se candidatar ao acesso à universidade: concorrem com a nota do exame. 
Os alunos já reagiram e os pais também. Estão alarmados e muito preocupados. Além de ilegal, a solução criará grandes injustiças, prejudicando uns e beneficiando outros. Com essa solução, os candidatos ao ensino superior não concorrem em pé de igualdade.
O objetivo do governo é colocar pais e alunos contra os professores. Por isso torna-se imperioso mantermo-nos unidos, pacientes e fazer passar claramente as razões da nossa luta. Com o tempo, alunos e pais perceberão o jogo do governo de António Costa e saberão pedir contas a um governo que tanto desprestigia quem forma e educa as gerações futuras do país.
GAVB

1 comentário:

  1. Postura firme, clareza nas explicações e contenção na linguagem.
    Temos direitos!

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