Há mais de duas semanas em greve,
os professores vão resistindo aos jogos de poder e contra-informação do
Ministério da Educação. A firmeza dos professores, a clareza e a justiça das
suas posições têm sido a melhor resposta a todas as tentativas de manipulação
da opinião pública, dos pais, dos alunos e até dos professores.
Um por um, os falsos argumentos
do governo vão caindo e sendo abandonados, para logo a seguir aparecer outro,
em forma de ameaça, que segue o mesmo caminho dos anteriores, porque é muito difícil
vencer gente determinada e com razão.
Primeiro veio o argumento que não
havia dinheiro. Provou-se que há, que não é necessário tanto como o governo
disse, e que os professores estavam dispostos a recebê-lo faseadamente.
Depois veio novamente o mito da
carreira docente, onde toda a gente progride automaticamente sem avaliação.
Miguel Sousa Tavares fez o papel de bobo da propaganda governamental e saiu-se
mal.
Logo de seguida, a rábula da nota
informativa / esclarecimento sobre a realização dos conselhos de turma,
querendo obrigar os diretores a desobedecer à lei. Felizmente, a esmagadora
maioria dos diretores não são moços de recados.
Seguiu-se a ameaça rasteirinha da
Confap, ao bom estilo Trump, dando a entender que lidam com os professores como
se fossem seus donos, teve o mesmo êxito que a nota informativa do Ministério.
Há pouco dias o Ministério da
Educação suscitou a questão dos serviços mínimos na greve dos professores às
reuniões de avaliação. Ainda está em aberto, mas no dia em que uma reunião de
avaliação, para atribuir notas de alunos, for um serviço mínimo, é melhor os
partidos acabarem com o direito à greve.
Ontem, António Costa disse no
Parlamento que o único compromisso com o governo foi discutir o tempo e o modo
do tempo de serviço a recuperar. Quem esteve na negociação entre professores e
governo sabe que não foi isso que ficou assente. Mas a ser verdade aquilo que
António Costa afirma, bastava ao primeiro-ministro ter proposto a recuperação
de um mês de tempo de serviço, que a sua promessa já estava saldada.
Hoje, de maneira informal, o ME
pediu a alguns jornalistas do «i» que escrevessem a genial solução que o ME prepara
para resolver o problema dos alunos que não têm nota interna e têm forçosamente
de se candidatar ao acesso à universidade: concorrem com a nota do exame.
Os
alunos já reagiram e os pais também. Estão alarmados e muito preocupados. Além de
ilegal, a solução criará grandes injustiças, prejudicando uns e beneficiando outros.
Com essa solução, os candidatos ao ensino superior não concorrem em pé de
igualdade.
O objetivo do governo é colocar
pais e alunos contra os professores. Por isso torna-se imperioso mantermo-nos
unidos, pacientes e fazer passar claramente as razões da nossa luta. Com o tempo,
alunos e pais perceberão o jogo do governo de António Costa e saberão pedir
contas a um governo que tanto desprestigia quem forma e educa as gerações
futuras do país.
GAVB
Postura firme, clareza nas explicações e contenção na linguagem.
ResponderEliminarTemos direitos!