Há pouco mais de um ano escrevi que a China ia entregar a
Coreia do Norte a Trump (https://setepecadosimortais.blogspot.com/2017/05/a-china-vai-entregar-coreia-do-norte.html.
Um ano volvido, os inqualificáveis Donald Trump e Kim
Joung-un assinaram um improvável tratado de paz e cooperação, que pressupõe a desnuclearização
total da Coreia do Norte em troca de alguns prisioneiros. Parecia quase
impossível isto acontecer, face à personalidade dos dois líderes e aos sucessivos falhanços
anteriores.
Como foi isto possível? Penso que a China teve um papel
fundamental. Com a escalada de ameaças entre coreanos e norte-americanos, os
chineses perceberam que tinham um grande problema entre mãos, porque a Coreia é o
seu brinquedo comunista de estimação, mas nos EUA estão enterrados os maiores
investimentos chineses.
Como sair deste imbróglio sem perder a face, que neste caso
passaria por obrigar a Coreia do Norte a capitular? Forçar um acordo, em que os
americanos ganhassem em toda a linha, mas em que Kim mantivesse o poder. A
sorte dos chineses foi a personalidade espalhafatosa de Kim Jong-un e Donald
Trump, que viram neste acordo uma oportunidade única de fazer algo credível e
com impacto mediático.
Provavelmente foram os chineses que fizeram ver a Kim Jong-un
que a única maneira de se manter no poder seria fazer um acordo com Trump.
A
pouca relevância internacional de Kim permite que não seja muito ultrajante
esta capitulação, até porque aquilo que ele fez é o correto.
O primeiro sinal deste desfecho foi dado pela reaproximação
entre as duas Coreias. Depois, a diplomacia chinesa fez o resto, na sombra e com
paciência.
O envolvimento chinês é tão óbvio que, poucas horas após a
assinatura do acordo, já est a pedir a suspensão das sanções à Coreia do Norte.
Incrivelmente, são os chineses a liderar geopolítica
mundial. Esperamos que os seus planos sejam contidos.
GAVB
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