Os próximos dias serão
importantíssimos para a classe docente, pois a sua coesão e unidade serão
postas à prova. Não que seja uma prova muito difícil de ultrapassar, mas pode
dar-se o caso de não ser superada.
A luta dos professores pela
contagem integral do tempo de serviço, para a progressão na carreira docente
começa a enervar o governo e a fazê-lo cometer alguns erros, que serão maiores
e mais evidentes se tivermos uma coragem suficiente.
Através de uma nota informativa da
Dgeste, o Ministério Educação tenta coagir os professores a realizar os
conselhos de turma de avaliação do ano letivo que agora finda. Haverá por certo
alguns diretores ávidos de serem politicamente úteis, mas a maioria dos
professores parece firme na intenção de não se deixar intimidar, continuando a
fazer greve às reuniões de avaliação.
Além da razão que lhes assiste
por completo, os professores contam com trunfos que convém não desperdiçar: a
legalidade da sua ação, a força da sua razão, o silêncio da opinião pública.
Não ter medo das notas
informativas, cumprir o que a lei determina, estar disponível para abdicar de
algum dinheiro, obter das direções escolares um posição de cumprimento da
legalidade, ser capaz de responder com objetividade, racionalidade e classe à
pressão mediática que surgirá nos próximos dias – são objetivos ao alcance de
todos os professores.
O mais provável é que o governo
não ceda para já, mas a primeiro desconforto será sentido por eles. Eles é que
vão ter que explicar ao país por que razão irão os alunos a exame sem terem
saído as notas; são eles que terão de desatar os nós que a sua hipocrisia
política criou. Se nos mantivermos firmes nas nossas convicções e razões, não
tardarão a surgir vozes que lhes perguntem por que razão não cumprem aquilo com
que se comprometeram.
Quando confrontados com as suas
patranhas e ardis, os políticos costumam tropeçar nos seus próprios sofismas.
GAVB
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