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quarta-feira, 13 de junho de 2018

ESTÁ NA ALTURA DO GOVERNO TROPEÇAR NO SEU PRÓPRIO CINISMO



Os próximos dias serão importantíssimos para a classe docente, pois a sua coesão e unidade serão postas à prova. Não que seja uma prova muito difícil de ultrapassar, mas pode dar-se o caso de não ser superada.
A luta dos professores pela contagem integral do tempo de serviço, para a progressão na carreira docente começa a enervar o governo e a fazê-lo cometer alguns erros, que serão maiores e mais evidentes se tivermos uma coragem suficiente.
Através de uma nota informativa da Dgeste, o Ministério Educação tenta coagir os professores a realizar os conselhos de turma de avaliação do ano letivo que agora finda. Haverá por certo alguns diretores ávidos de serem politicamente úteis, mas a maioria dos professores parece firme na intenção de não se deixar intimidar, continuando a fazer greve às reuniões de avaliação.

Além da razão que lhes assiste por completo, os professores contam com trunfos que convém não desperdiçar: a legalidade da sua ação, a força da sua razão, o silêncio da opinião pública.
Não ter medo das notas informativas, cumprir o que a lei determina, estar disponível para abdicar de algum dinheiro, obter das direções escolares um posição de cumprimento da legalidade, ser capaz de responder com objetividade, racionalidade e classe à pressão mediática que surgirá nos próximos dias – são objetivos ao alcance de todos os professores.
O mais provável é que o governo não ceda para já, mas a primeiro desconforto será sentido por eles. Eles é que vão ter que explicar ao país por que razão irão os alunos a exame sem terem saído as notas; são eles que terão de desatar os nós que a sua hipocrisia política criou. Se nos mantivermos firmes nas nossas convicções e razões, não tardarão a surgir vozes que lhes perguntem por que razão não cumprem aquilo com que se comprometeram.
Quando confrontados com as suas patranhas e ardis, os políticos costumam tropeçar nos seus próprios sofismas.
GAVB

segunda-feira, 28 de maio de 2018

UMA GRAVE ÀS AVALIAÇÕES... QUE PODEM ESPERAR



«Agarrem-me, se não vou-me a ele!»

Uma greve às avaliações que excluí as reuniões do 9.º e o 12.º anos, ou seja, o fim do 3.º ciclo ou secundário, é das melhores greves para qualquer Ministério da Educação – ninguém dá por elas, a não ser os próprios professores, no ordenado no final do mês. Não impede a realização dos exames finais de 12.ª ano nem das provas finais de Português e Matemática, de 9.ºano.

Vai transtornar a vida a quem? Aos próprios professores, que marcarão presença em reunião, após reunião, durante duas a três semanas, até que uma promessa qualquer de mais uma ronda negocial com o ME, o cansaço natural dos professores em final de ano letivo e o desejo de férias acabem por terminar com o martírio.

Devem ter sorrido imenso Tiago Brandão Rodrigues e Alexandre Leitão, com mais esta «posição de força» dos sindicatos de professores. Até já estou a ver o discurso: “Respeitamos a posição dos professores e confiamos que até lá se possa chegar a uma plataforma de entendimento que mitigue os efeitos desta greve!”. 

Só não rirão de contentamento, porque seria demasiado constrangedor.
Greve às avaliações, excluindo as reuniões de 9.º e 12.º ano? Quem foi o génio que teve tão peregrina ideia? A greve só faz sentido quando faz estragos certeiros no «adversário» e não nos próprios!  
Em quê que o governo sai prejudicado com esta greve? Quem é lesado pelo adiamento das reuniões a não ser os próprios professores, já que são eles que irão ter que concluir o mesmo trabalho com uma ou duas semanas de atraso?
Os professores têm em curso uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos, que já atingiu 68% precisas, quando ainda falta mês e meio para o final do prazo. Concentremo-nos nisso! Que bom seria que a Fenprof incentivasse os seus associados a assinar esta ILC.
GAVB   

terça-feira, 14 de novembro de 2017

O QUE PENSAM OS PARTIDOS DA OPOSIÇÃO DA GREVE DOS PROFESSORES?


Isto de dizer mal do Governo é muito bonito, mas quando chega o momento de marcarem de forma clara a sua posição sobre um assunto melindroso, os partidos da oposição “fogem sempre com o rabo à seringa”.
Quando a Direita política governava Portugal, o Bloco de Esquerda e o PCP sempre estiveram ao lado dos professores e gritavam a plena pulmões que o governo tinha de corrigir as graves injustiças cometidas contra a classe docente. Hoje, parceiros de geringonça estão calados como ratos e nem uma palavra de solidariedade nem uma pressão séria sobre o governo de Costa. 
Afinal são eles ou não são eles que asseguram a passagem do orçamento? São! Por isso, se este Orçamento de Estado, que retira 180 milhões à Educação e maltrata outra vez os professores, passar eles são os primeiros culpados. Serão, para mim, a maior desilusão e Mário Nogueira deve tirar daí uma de duas ilações: ou abandona o PCP ou a Fenprof.

Quanto ao PSD e ao CDS também devemos assinalar a sua hipocrisia, já que fizeram uma barulheira desgraçada quando o Governo acabou com o dinheiro para muitos colégios privados e hoje nem uma palavrinha, por mais hipócrita e oportunista que fosse, para este roubo, que o governo do PS se prepara para fazer aos professores.

Amanhã, os professores partem revoltados e desesperançados para mais uma greve. Estamos cansados de reclamar direitos básicos, igualdade, cumprimento de leis. Estamos fartos de gente hipócrita, de gente que não sabe como se faz, de perder e perder. Estamos cansados de formar gerações e gerações de médicos, engenheiros, economistas, juristas e muitos oportunistas, que década após década se aproveitam do nosso amor à profissão para singrar e desprezar quem os ajudou a evoluir.
Apesar de tudo, ainda esperamos que no meio de tanta desilusão haja alguém com um pingo de vergonha na cara, com sentido de ética e justiça e perceba que BASTA de tanta indignidade.

GAVB

terça-feira, 20 de junho de 2017

GREVE DOS PROFESSORES TEM TUDO PARA CORRER MAL


Para amanhã a Fenprof decretou uma greve dos professores. 
Os fundamentos são conhecidos de toda a classe docente (descongelamento na progressão na carreira; condições favoráveis na aposentação; novo concurso extraordinário de vinculação de professores; definição correta do que é letivo e não letivo no horário do professores) enquanto o resto da população faz uma vaga ideia do problema.

Obviamente é uma greve aos exames, porque é a única coisa (em teoria) que fará o ME atender a algumas reivindicações dos docentes.
Professores, pais, alunos e restante população fazem questão de afirmar a sua posição face à greve dos docentes à vigilância aos exames (e não só) assim como à lealdade/união dos colegas face à luta em causa. Absolutamente inútil.

Uma greve é para incomodar e causar mossa. A dos professores adia exames, a dos médicos adia operações. Os professores têm todo o direito a lutar por aquilo que consideram justo para a sua classe, independentemente de haver classes em melhor ou pior posição, caso contrário, médicos e juízes, por exemplo, nunca podiam lutar por melhores condições salariais ou de trabalho. Por outro lado, convém esclarecer que tanto é bom colega e bom professor aquele que faz greve como aquele que não faz. Vamos deixar de fazer juízos morais sobre os outros e passar a respeitar a sua avaliação das condições da greve.
No entanto, como disse, nada disto é relevante face ao que interessa – a greve de docentes de amanhã tem condições para ter êxito? Infelizmente, acho que não. Os motivos são vários e poderosos.
Em primeiro lugar, porque a circunstância emocionalmente dolorosa que o país atravessa, por causa da tragédia de Pedrógão faz parecer tudo o resto pequeno e insignificante (e tinha de ser): exames, jogos das seleções, prisões de autarcas e altos dirigentes desportivos por corrupção, as birras de Ronaldo com o fisco espanhol, as greves dos professores,….

Em segundo lugar, temos a pouca convicção dos professores nesta greve. Entre os professores há a intuição que ela não produzirá efeitos palpáveis, até porque a Fenprof passa uma imagem de fragilidade negocial ao tentar a todo o transe um acordo com o ME para a desconvocação da greve, quase ao estilo de pedido - “deem-nos lá qualquer rebuçadinho para desconvocar-nos isto”. O ME já percebeu isso e está tranquilo na sua irredutível posição de força.

Em terceiro lugar, porque as reivindicações, ainda que justas, são facilmente rebatíveis pela tutela. Vejamos:
Vinculação extraordinária de professores? Ainda agora fizemos uma! E prometemos fazer mais, só não sabemos quando! Além do mais, o número de alunos está a diminuir… e nenhum governo vinculou tantos contratados como nós na última década.
Descongelamento das carreiras? Claro que sim. Para vocês e para todos na função pública, mas não temos dinheiro. Ainda agora estamos a acabar com a sobretaxa, imaginem! Depois virá a descida suave no IRS e finalmente o descongelamento nas carreiras, nas não agora. Não é não querer, é não poder.
Condições especiais de aposentação? Sim, reconhecemos o vosso desgaste físico e psicológico, mas não temos dinheiro para mais pensões. Além do mais, falando em desgaste, os enfermeiros têm mais e também aguentam…
Reorganização do vosso horário de trabalho? Ok, nisso vocês têm razão. Mas isso é um pormenor e não nos apetece ceder em nada. Vai ser uma derrota em toda a linha e ninguém vai reparar que nisto fomos mauzinhos…

Quando se vai para uma greve vai-se para uma luta. Devemos assegurar-nos que temos condições de ganhar ou pelo menos de não perder em toda a linha. Ora, isso não está assegurado na greve de amanhã.

GAVB