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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

VETAR A LEI DO TEMPO PARCIAL ATÉ É FÁCIL, O DÍFICIL É VOTAR A LEI DO TEMPO TOTAL


Entre a classe política portuguesa anda toda a gente com vontade de passar a mão no pêlo dos professores, como se estes não percebessem o sofisma dos vários partidos políticos. 

Mal cheirou a Rui Rio e ao PSD que o Presidente da República podia vetar o decreto-lei que contava apenas parcilamente o tempo de serviço dos professores, para efeitos de progressão na carreira, logo fonte dos sociais-democratas fez constar nos diversos órgãos de comunicação social que o partido laranja estaria disposto a vetar o diploma, caso o Presidente o vetasse. 

Esta posição do PSD é pura estratégia política e visa apenas não permitir que BE e PCP capitalizem politicamente o suposto veto presidencial.
Aliás Rui Rio já fez questão de deixar claro que espera um sinal de Belém, ao dizer que  
"O diploma ainda não se conhece, está para promulgação do Presidente da República, e só depois disso o PSD vai tomar uma posição em consonância com o documento. As posições que vão tomar o PCP e BE não faço a mínima ideia, nem sei se são coincidentes, mas, se forem, não é por isso que vou alterar a minha [posição]

Rio espera que Marcelo faça aquilo que nunca esteve programado fazer, pois o Presidente sempre deu cobertura à falta de palavra de António Costa aos professores. 
No entanto, quer o Presidente quer o PSD sabem que a posição dos professores assenta na mais elementar justiça e tentam minimizar os custos políticos, sociais e até educacionais que o desalento dos professores terá nos próximos anos.

Toda a oposição anda à cata do voto dos professores, mas são tão hipócritas que não fazem aquilo que está ao seu alcance, ou seja, fazer propostas de alteração à lei do próximo orçamento que inclua o pagamento, imediato ou faseado, de todo o tempo de serviço presado pelos professores portugueses. 

Rui Rio até diz o que o PSD faria, se fosse governo, ainda que com meias palavras e meios compromisssos, ao contrário do que sempre prometeu que seria a sua atuação política.
« Se fosse  o PSD [no governo] negociava com os professores, tentando arranjar um compromisso com equilíbrio orçamental, mas também no eixo do tempo e na forma para o reconhecimento dos nove anos. Pode ser com o tempo de reforma ou espaçado no tempo, há muitas formas com criatividade para o fazer»

Rui Rio e o PSD, assim como Jerónimo de Sousa e o PCP ou Catarina Martins e o BE têm uma grande oportunidade de mostrar que s suas palavras não são mais um exercício de hipocrisia política. Quem tem maioria para vetar, também a tem para aprovar. 

Infelizmente, atendendo ao percurso que a ILC dos professores, para a aprovação total do tempo de serviço prestado, estou em crer que as luzinhas de hoje não passam de fogo fáctuo. 

GAVB

quarta-feira, 13 de junho de 2018

ESTÁ NA ALTURA DO GOVERNO TROPEÇAR NO SEU PRÓPRIO CINISMO



Os próximos dias serão importantíssimos para a classe docente, pois a sua coesão e unidade serão postas à prova. Não que seja uma prova muito difícil de ultrapassar, mas pode dar-se o caso de não ser superada.
A luta dos professores pela contagem integral do tempo de serviço, para a progressão na carreira docente começa a enervar o governo e a fazê-lo cometer alguns erros, que serão maiores e mais evidentes se tivermos uma coragem suficiente.
Através de uma nota informativa da Dgeste, o Ministério Educação tenta coagir os professores a realizar os conselhos de turma de avaliação do ano letivo que agora finda. Haverá por certo alguns diretores ávidos de serem politicamente úteis, mas a maioria dos professores parece firme na intenção de não se deixar intimidar, continuando a fazer greve às reuniões de avaliação.

Além da razão que lhes assiste por completo, os professores contam com trunfos que convém não desperdiçar: a legalidade da sua ação, a força da sua razão, o silêncio da opinião pública.
Não ter medo das notas informativas, cumprir o que a lei determina, estar disponível para abdicar de algum dinheiro, obter das direções escolares um posição de cumprimento da legalidade, ser capaz de responder com objetividade, racionalidade e classe à pressão mediática que surgirá nos próximos dias – são objetivos ao alcance de todos os professores.
O mais provável é que o governo não ceda para já, mas a primeiro desconforto será sentido por eles. Eles é que vão ter que explicar ao país por que razão irão os alunos a exame sem terem saído as notas; são eles que terão de desatar os nós que a sua hipocrisia política criou. Se nos mantivermos firmes nas nossas convicções e razões, não tardarão a surgir vozes que lhes perguntem por que razão não cumprem aquilo com que se comprometeram.
Quando confrontados com as suas patranhas e ardis, os políticos costumam tropeçar nos seus próprios sofismas.
GAVB