Entre a classe política portuguesa anda toda a gente com vontade de passar a mão no pêlo dos professores, como se estes não percebessem o sofisma dos vários partidos políticos.
Mal cheirou a Rui Rio e ao PSD que o Presidente da República podia vetar o decreto-lei que contava apenas parcilamente o tempo de serviço dos professores, para efeitos de progressão na carreira, logo fonte dos sociais-democratas fez constar nos diversos órgãos de comunicação social que o partido laranja estaria disposto a vetar o diploma, caso o Presidente o vetasse.
Esta posição do PSD é pura estratégia política e visa apenas não permitir que BE e PCP capitalizem politicamente o suposto veto presidencial.
Aliás Rui Rio já fez questão de deixar claro que espera um sinal de Belém, ao dizer que
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Rio espera que Marcelo faça aquilo que nunca esteve programado fazer, pois o Presidente sempre deu cobertura à falta de palavra de António Costa aos professores.
No entanto, quer o Presidente quer o PSD sabem que a posição dos professores assenta na mais elementar justiça e tentam minimizar os custos políticos, sociais e até educacionais que o desalento dos professores terá nos próximos anos.
Toda a oposição anda à cata do voto dos professores, mas são tão hipócritas que não fazem aquilo que está ao seu alcance, ou seja, fazer propostas de alteração à lei do próximo orçamento que inclua o pagamento, imediato ou faseado, de todo o tempo de serviço presado pelos professores portugueses.
Rui Rio até diz o que o PSD faria, se fosse governo, ainda que com meias palavras e meios compromisssos, ao contrário do que sempre prometeu que seria a sua atuação política.
« Se fosse o PSD [no governo] negociava com os professores, tentando arranjar um compromisso com equilíbrio orçamental, mas também no eixo do tempo e na forma para o reconhecimento dos nove anos. Pode ser com o tempo de reforma ou espaçado no tempo, há muitas formas com criatividade para o fazer»
Rui Rio e o PSD, assim como Jerónimo de Sousa e o PCP ou Catarina Martins e o BE têm uma grande oportunidade de mostrar que s suas palavras não são mais um exercício de hipocrisia política. Quem tem maioria para vetar, também a tem para aprovar.
Infelizmente, atendendo ao percurso que a ILC dos professores, para a aprovação total do tempo de serviço prestado, estou em crer que as luzinhas de hoje não passam de fogo fáctuo.
GAVB
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