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domingo, 18 de novembro de 2018

D. SANCHO II, FRACO NO TRONO E FRACO NA CAMA


D. Sancho II, o quarto rei Português, foi um dos mais injustiçados, infelizes e traídos reis da História de Portugal.
Apesar de ter subido o trono ainda adolescente (1223) e de ter conquistado vários castelos e cidades aos Mouros, nunca foi amado pela Nobreza ou pelo Clero e acabou traído, de forma ignóbil, pela mulher.

O maior pecado de D. Sancho II foi ter dedicado demasiado tempo e energia à tarefa da Reconquista, desprezando as lutas e intrigas da nobreza e, sobretudo, o governo do reino, especialmente no que à administração da  Justiça dizia respeito.
Clero e Nobreza queixaram-se várias vezes ao Papa do rei «não fazer jusiça nenhuma», deixando o país entregue a bandos de salteadores, que raramente eram punidos devidamente. As constantes queixas junto do papado haviam de produzir os seus efeitos em 1245, quando o Papa Inocêncio IV o declarou «rex inutilis», dispensando os portugueses de lhe prestar vassalagem, transferindo essa honra para o seu irmão, D. Afonso, o «Bolonhês». 

Embora a traição do irmão e de grande parte da nobreza fosse dificil de engolir, D. Sancho II não se ficou e Portugal esteve envolvido numa guerra civil, entre o verão do 1245 e o estio de 1246.
Mais do que a traição do irmão, aquilo que derrubou o ânimo do infeliz rei português foi a traição da mulher - Dona Mécia Lopes de Haro. 
A bela viúva espanhola, por quem se perdeu de amores e a quem presenteou copiosamente, fazendo-a senhora de Abrantes, Torres Vedras, Sintra, Celorico de Basto ou Vila Nova de Cerveira, acabou por se conluiar com os seus adversários. 

Em 1246, aparentemente, Dona Mécia é raptada por umgrupo de apoiantes de D. Afonso e levada, como refém, para o castelo de Ourém. De imediato, D. Sancho II reuniu um pequeno exército para a libertar, mas esta recusou voltar para o marido, aderindo ao partido do cunhado. 
O escândalo foi enorme, até porque a ausência de descendência rela fez alastar o boato de que o rei seria impotente. 
Vergado ao peso da vergonha, D. Sancho II partiu para o exílio, em Castela, onde viria a falaecer a 4 de Janeiro de 1248, sob a fama de mau rei, governante incapaz e marido enganado e impotente.

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