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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

A FENPROF FOI À WEB SUMMIT

Imaginar Mário Nogueira, à porta do Altice Arena, a distribuir uns panfletos, sobre direitos laborais dos professores portugueses aos participantes da Web Summit,cria imediatamente vários cenários humorísticos. 

Os participantes portugueses ainda podem saber quem é o líder da Fenprof, mas os estrangeiros terão achado sui generis aquele modo tão século XX de reivindicar. 

Nogueira foi tentar senbilizar a Meca da desregulação das leis do trabalho, para os direitos não creditados aos professores? 
Certamente, o líder da Fenprof quis apenas captar a atenção dos media, porque os participantes da Web Summit estão nas antípodas dos simpatizantes da causa sindical. 

Se Mário Nogueira tivesse arriscado o seu Inglês e explicado, em poucas palavras, as razões da sua luta, ainda se arriscava a ganhar um convite para formar um startup sobre sindicalismo no século XXI. 

E talvez não fosse má ideia, pois se há coisa a que o governo, em particular, e a opinião pública em geral, prestam a maior vassalagem e fazem todas as reverências é às novidades tecnológicas. 
Qualquer «coisa» que dali saia soa logo a modernidade, a futuro, a desejo de investir largos milhões, mesmo que não se saiba bem o que é, para que serve ou até se resulta. 

O pessoal da Web Summit não quer saber de direitos laborais, nem de férias, nem dos catorze meses de salários, nem carreira profissional. Paddy Cosgrave apenas exige uns milhões de euros para promover estas cimeiras tecnológicas e outros tantos milhões para investimentos em startup's, que é como quem diz »empresas que prometem criar um modelo de negócio (não um negócio), escalável, reptível, em condições de extrema incerteza, ao redor de um produto, serviço ou plataforma».

Mário Nogueira devia ter trocado os panfletos por um voucher/convite e pedido uma audiência ao dito Paddy Cosgrave. Ele percebe bem mais do que o líder da Fenprof sobre o que fazer para Costa e Centeno abrirem os cordões à bolsa. 
E depois sempre podiam criar uma startup de manifestações sindicais, no sector da educação. É um modelo que precisa de ser muito aperfeiçoado, mas é altamente escalável (muitos professores ainda estão no sopé da montanha). Serviço já temos que chegue e plataforma [sindical] também; o que nos falta mesmo são os milhões de euros em dívida, mas não desesperemos. Para isso lá estará o mago Paddy Cosgrave par ensinar alguma coisa ao nosso grande líder... sindical. 
GAVB


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