A História dos EUA está umbilicalmente ligada à luta dos
negros pela igualdade de direitos face aos brancos. Essa luta, que também é a
luta do ser humano contra um dos seus demónios mais persistentes, teve vários
momentos importantes entre os quais está a eleição de Barack Obama em 2008.
A 20 de janeiro de 2009, Obama tornou-se oficialmente o
primeiro negro a ocupar o cargo de Presidente dos EUA. A longa marcha dos
negros americanos chegava ao fim, mas o desafio de Obama era outro: transformar
em atos os bonitos discursos que marcaram a sua ascensão política. Ainda que
não tenha desiludido, Obama não encantou, até porque o tempo era de lenta
recuperação económica e a dura realidade dos números não permitia heroísmos de
outros célebres presidentes.
Recupero hoje parte do seu discurso, porque a América que
elegeu Trump precisa de o ouvir outra vez.
«Ao reafirmar a grandeza da nossa nação, compreendemos que
sua grandeza nunca é um dado adquirido. Ela tem de ser conquistada. O nosso
percurso nunca foi de atalhos nem de nos contentarmos com pouco. Não foi o
percurso dos timoratos – dos que preferem o ócio ao trabalho ou procuram apenas
os prazeres dos bens materiais e da fama. […]
Porque sabemos que o nosso legado heterogéneo é uma força,
não uma fraqueza. Somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e
não de crentes. Fomos moldados por todas as línguas e culturas, trazidos de
todos os cantos desta terra; …»
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