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sábado, 6 de janeiro de 2018

NÃO HÁ MÃES GRÁTIS PARA FILHOS INGRATOS



A história tem tanto de insólito como de pitoresco, perturbador e polémico – em Taiwan, uma mulher levou o filho mais novo a tribunal, para este pagar o que lhe devia da sua educação. E o tribunal deu-lhe razão.
A história começa há vinte anos, quando a mãe e filho (então com vinte anos) assinaram um contrato em que o filho se comprometia a pagar 60% dos seus rendimentos à mãe, após a sua formatura, como maneira de a compensar pelo investimento que esta realizara na sua educação enquanto dentista.



Esta mãe teve o mesmo procedimento com o seu outro filho, mas este procurou um acordo extrajudicial com a progenitora e por isso pagou uma verba inferior ao irmão, que teve de desembolsar perto de um milhão de dólares, por ordem do tribunal, para coercivamente, cumprir o contrato assinado em 1997. Apesar dos ponderosos argumentos invocados pelo dentista, o tribunal deu como legal o contrato assinado de livre vontade entre as partes, já que o rapaz era adulto em 1997.

A posição da mãe pode parecer incompreensível, insensível, oportunista (o que no caso não se aplica), mas a principal lição que tiro desta história é que os contratos foram feitos para se cumprir, mesmo quando envolvem pessoas com laços familiares e afetivos.
Por muito que nos pareça frio e calculista, um contrato é o mais sensato a fazer quando misturamos negócios e sentimentos.

Quando fez aquele contrato com ambos os filhos, aquela mãe estava a dar-lhes um sinal claro que seria intransigente no seu cumprimento. Ela cumpriu a parte dela, o filho não queria cumprir a sua, jogando com as emoções da mãe, da opinião pública e do juiz. Perdeu e perdeu muito bem.

Ainda que mantendo parcialmente o anonimato, esta mãe referiu que andava preocupada, pois achava que os seus filhos demonstravam clara intenção de não cuidar dela na velhice, como é obrigação moral e legal em Taiwan.
Aos vinte anos, aquela mãe quis ensinar aos filhos o valor da responsabilidade e do compromisso; aos quarenta teve de recorrer à justiça para ensinar ao mais novo que os contratos se fizeram para se cumprir e a honradez para se manter.

GAVB  

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