Eis a minha primeira grande desilusão com o Presidente de
Angola: a aprovação do Orçamento de Estado para 2018, feita sem votos contra
(!!!!), onde se promete gastar com os salários dos militares 1330 milhões de euros enquanto todas a verbas referentes ao setor da saúde não chegarão aos 800 milhões
de euros.
O Orçamento de Estado é a confissão pública das verdadeiras
intenções de quem manda num país. Ao dizer onde
e como vai gastar os recursos
disponíveis, cada governo e/ou presidência de um país assume o que pretende
para o seu país, independentemente do palavreado da propaganda.
Este OE de Angola é, pois, uma desilusão completa. João Lourenço pode dizer que afastou os filhos do ex-presidente da órbita do poder, mas não afastou o pior dos cancros do regime: a dependência dos militares.
Angola não precisa mais dos militares nem tem para com eles nenhuma
dívida de gratidão, antes pelo contrário. O que Angola precisa é de hospitais,
escolas, saneamento básico, professores, médicos, engenheiros… profissionais
qualificados em todas as áreas, de maneira a reduzir drasticamente o preços dos
bens e serviços prestados, pois só assim maior número de pessoas pode ter
acesso a eles.
Atualmente, Angola estoura dinheiro com os militares e paga dívidas. O resto são migalhas e migalhas é tudo o que não interesse a um povo ávido de justiça, de paz e “pão”, que é como quem diz “um plano sustentado e realista de crescimento económico, onde todos possam participar e beneficiar”.
Mais do mesmo irá conduzir, inevitavelmente, a resultados
semelhantes. E isso não interessa mesmo nada aos angolanos.
GAVB
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